Crime organizado está se infiltrando cada vez mais nas estruturas estatais, diz especialista em segurança pública ao WW

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentou nesta quinta-feira (31/10) o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as diretrizes da política de segurança pública no Brasil. A reunião, realizada em Brasília, foi conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contou com a presença de governadores.

Lewandowski disse que a PEC constitucionaliza os fundos de segurança pública e de política penitenciária e o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

A legislação em vigência atualmente já prevê a existência do SUSP, que foi instituído por uma lei ordinária de 2018. De convenção com o governo federalista, a teoria da PEC é fixar o SUSP e o Juízo Vernáculo de Segurança Pública e Resguardo Social na Constituição.

O objetivo principal do SUSP é promover maior integração entre a União e os estados na emprego das políticas de segurança pública e no combate ao transgressão organizado.

Para o professor da Instauração Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, Rafael Alcadipani, integrante do Fórum Brasiliano de Segurança Pública (FBSP), o transgressão organizado está se infiltrando cada vez mais nas estruturas estatais do país. Segundo ele, a tendência ficou evidente durante as eleições municipais, levantando questões sobre a integridade das instituições governamentais.

O profissional em segurança pública explica que a sociedade social está mais preocupada com a eficiência das políticas públicas de segurança e seus resultados concretos do que com disputas políticas sobre quem comanda essas iniciativas.

“As pessoas querem que o problema seja resolvido. A pessoa não quer na periferia que ela tenha a “boca de fumo” perto da moradia dela, a pessoa não quer que seu celular seja roubado ou furtado, ela não quer perder seu rebento para o tráfico.”

Polarização política porquê tropeço

O professor destaca que a polarização política no Brasil, principalmente no contexto da segurança pública, tem impedido avanços significativos.

A falta de diálogo e coordenação entre diferentes níveis de governo e forças de segurança cria um cenário propício para a expansão do transgressão organizado.

“Hoje você tem várias polícias estaduais que têm dificuldade de conversar entre as polícias estaduais, que têm dificuldade de conversar com a polícia federalista, que não conversam com as forças armadas”, aponta Alcadipani, ressaltando a urgência de uma integração efetiva entre os órgãos de segurança.

Ameaço de “mexicanização” do Brasil

Alcadipani também alerta para o risco de uma “mexicanização” do Brasil, referindo-se à situação do México, onde o transgressão organizado tem potente influência sobre estruturas governamentais.

“Se a gente, o Estado, não tomar uma ação, os diferentes entes do Estado, nós vamos continuar tendo esse tipo de problema”, adverte.

O profissional conclui enfatizando a urgência de deixar de lado vaidades e interesses políticos para edificar uma política de Estado de segurança pública de longo prazo.

“Sem uma ação coordenada e efetiva, o Brasil corre o risco de ver o transgressão organizado lucrar ainda mais poder e influência nas estruturas estatais, comprometendo a segurança e o bem-estar da população”, conclui.

Os textos gerados por lucidez sintético na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique cá para saber mais.

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