Brasil descarta 30% dos alimentos produzidos, diz ONU
O Brasil está em 10º lugar entre os que mais desperdiçam vitualhas no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Todo ano, muro de 46 milhões de toneladas de comida são desperdiçadas, aponta o Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa 30% de toda a produção brasileira.
O cenário é ainda mais preocupante se comparado aos dados do governo federalista, que mostra que, atualmente, 8,7 milhões de brasileiros enfrentam instabilidade cevar e nutricional grave.
“A inópia é um fenômeno causado por pobreza, por desigualdade e pela forma porquê a gente organiza esse protótipo de produção e distribuição de vitualhas. Mas nessa incoerência que a gente vive, a gente vê na redução do desperdício, em obséquio do combate à inópia, um grande potencial de consolação inopino da inópia”, afirma Maria Siqueira, diretora de políticas públicas do Pacto Contra a Míngua, movimento criado em 2023 para incentivar o reaproveitamento de vitualhas com a ajuda da tecnologia.
O Pacto conecta empresas que trabalham com alimento e entidades que precisam de doações para fornecer alimento gratuita a quem não tem o que manducar.
Essa rede de esteio pode debutar já dentro de mansão. Os sobras de vitualhas equivalem a pouco mais de 40% dos resíduos urbanos gerados no Brasil. Um dos caminhos para evitar esse desperdício é a compostagem, processo simples que transforma comida em esterco.
“O resíduo orgânico são nossos sobras de comida, que se eles forem destinados para um tratamento correto, no caso, o mais indicado pela Política Pátrio de Resíduos Sólidos, é a compostagem, esses sobras de comida vão se transformar em esterco e esse esterco depois ele vai ser usado numa lavoura ou em jardinagem”, explica Mariana Ferreira, líder de projetos do Programa Pé de Feijoeiro.
A compostagem recolhida pelo programa é levada para hortas comunitárias dentro da cidade de São Paulo e ajuda agricultores.
“Além de a gente ter uma boa comida, que é a verdura que sai daqui, uma verdura de qualidade, a gente também está sabendo dentro do nosso coração que a gente está ajudando o universo”, afirma a produtora rústico Sebastiana de Farias.
Mas um item da cozinha precisa de destinação específica. O óleo de cozinha não pode ser descartado no lixo geral ou entornado na pia.
Para evitar esse tipo de descarte, entidades oferecem coleta seletiva do material. O Instituto Triângulo faz o trabalho em restaurantes, bares e, aos poucos, expande a oferta para residências também. Todo o óleo coletado vai para a fábrica do Instituto e é transformado em sabão.
“A gente precisa gerar o interesse dessas casas em participarem de campanhas assim. Portanto, nós entramos em contato com locais potenciais para serem pontos de recolhimento desse óleo. Nós oferecemos um tambor para que as pessoas que levarem o óleo até o lugar tenham onde colocar essas garrafas. Nós orientamos que o óleo seja entregue em garrafas pet e nós trocamos esse óleo para as residências pelo sabão ecológico”, explica Cláudia Florêncio, gerente executiva do Instituto Triângulo.