Venezuela caminha para fechamento do regime, diz especialista à CNN

Posteriormente a recente proclamação de Nicolás Maduro porquê presidente da Venezuela, o país enfrenta uma vaga de protestos em meio a acusações de fraude eleitoral. Em entrevista ao CNN 360°, o exegeta de Risco Político Internacional Felippe Ramos oferece uma perspectiva preocupante sobre o horizonte político do país.

Segundo Ramos, a Venezuela está trilhando um caminho de “fechamento do regime”, onde as possibilidades de uma troca de governo por meios democráticos estão sendo eliminadas.

“A Venezuela agora trilha um caminho no qual o superintendente do Estado venezuelano, o Nicolás Maduro, decidiu claramente pelo fechamento do regime, isto é, o fechamento da selecção eleitoral para a troca de governo”, afirma o perito.

O exegeta destaca uma mudança significativa no cenário político venezuelano. O país estaria transitando de um “autoritarismo competitivo” com elementos de populismo radical, ainda dependente de eleições para legitimar o poder, para um regime que “abre mão de eleições ou faz eleições de modo farsesco, porquê é o tipo das eleições na Rússia”.

Ramos aponta que Maduro parece não temer o isolamento internacional, contando unicamente com o escora de regimes mais autoritários porquê China, Rússia, Irã e Cuba, que já reconheceram o resultado eleitoral impugnado.

Esta postura sugere uma disposição para enfrentar críticas internacionais e manter o controle interno a qualquer dispêndio.

Perspectivas de repressão e instabilidade

O cenário traçado por Felippe Ramos indica um horizonte de maior repressão na Venezuela. Com o regime se fechando, é esperado um aumento na repressão aos protestos da oposição, que já começam a se manifestar contra o resultado das eleições.

Esta estudo levanta sérias preocupações sobre o horizonte da democracia na Venezuela e as possíveis implicações para a segurança regional.

A comunidade internacional observa atentamente, enquanto o país parece se alongar cada vez mais dos princípios democráticos, caminhando para um autoritarismo mais explícito e menos encapotado.

(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)