Brasil descarta “Guaidó 2“ como opção a Maduro na Venezuela
O governo brasiliano descarta a possibilidade de reconhecer Edmundo González Urrutia porquê vencedor das eleições na Venezuela com base exclusivamente na narração paralela de atas feita pela oposição.
Segundo um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cabe somente ao Juízo Vernáculo Eleitoral (CNE) publicar a contabilidade dos votos.
Agora, diz esse assessor presidencial, é o momento de pressionar o CNE pela obtenção das atas eleitorais que vão provar porquê votaram os venezuelanos no domingo (28).
Brasil e Estados Unidos, entre outros países, estão cobrando publicamente essa divulgação. Há, no governo brasiliano, um sentimento de que o regime de Maduro talvez nunca consiga apresentar esses registros.
Mesmo se as atas nunca forem apresentadas, descarta-se a hipótese de reconhecer González Urrutia. Não haverá, conforme ouviu a CNN de auxiliares de supino escalão, um “Guaidó 2”.
A frase refere-se a Juan Guaidó, presidente oposicionista da Plenário Vernáculo quando Maduro venceu as eleições anteriores, em 2018.
Diante da suspicácia da comunidade internacional sobre a lisura do processo, Guaidó se autoproclamou “presidente legítimo” da Venezuela e foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil sob comando de Jair Bolsonaro (PL). A lista também abrangia Estados Unidos, União Europeia e boa segmento da América Latina.
Repetir esse procedimento com González Urrutia está fora de cogitação, afirmou à CNN um facilitar de Lula. Segundo ele, o governo americano dá indicações de que também não contempla a possibilidade.
O governo brasiliano rejeita, ainda, qualquer tipo de base ou endosso ao recrudescimento de sanções econômicas e comerciais à Venezuela.
Para assessores presidenciais, isso só pioriaria a vida dos próprios venezuelanos, transformando-os em vítimas de maior crise social e impulsionando a êxodo no país.
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