Lula se diz assustado com fala de Maduro sobre 'banho de sangue' na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que ficou assustado com as advertências do líder chavista Nicolás Maduro sobre um provável “banho de sangue” em caso de rota nas eleições marcadas para o próximo domingo.

Em entrevista a agências internacionais, Lula comentou tanto sobre o pleito venezuelano quanto sobre outros temas, incluindo a desistência de Joe Biden nos Estados Unidos e provável indicação de Kamala Harris, dizendo que manteria parceria estratégica com qualquer candidato eleito em Washington.

“Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de votos, não de sangue”, disse o presidente brasílico sobre durante a entrevista coletiva em Brasília.

Em um comício na semana passada, Maduro afirmou que a Venezuela poderia enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra social” caso ele não fosse reeleito, em um momento do pleito em que a oposição denuncia uma série de repressões por segmento das instituições governistas.

“Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra social fratricida, resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou Maduro, acrescentando que unicamente uma vitória do chavismo garantirá a “silêncio” no país: “Quanto mais possante for a vitória, mais garantias de silêncio teremos. Quanto mais fortes forem os votos, mais garantias de horizonte garantiremos a estas meninas e meninos”.

O silêncio do governo brasílico sobre as declarações de Maduro pretexto incômodo na região. Enquanto Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai exigiram conjuntamente o “término do assédio e da perseguição e repressão” a opositores e a emissão de salvos-condutos para seis que estão refugiados há mais de centena dias na Embaixada da Argentina em Caracas, na sexta-feira, a enunciação foi encarada pelo governo brasílico uma vez que unicamente uma fanfarronada perante as pesquisas de opinião, que mostram Maduro detrás do candidato de oposição, Edmundo González.

Segundo interlocutores da superfície diplomática ouvidos pelo O Mundo, o Brasil só vai atuar na questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, “dentro do espírito de Barbados”, referindo-se a um negócio assinado entre oposição e governo venezuelano em outubro do ano pretérito no país caribenho. Mediado por Noruega com a ajuda de vários países, uma vez que Brasil, Colômbia e Estados Unidos, o pacto prevê eleições livres, justas, transparentes e aceitas pelos dois lados em disputa.

Relação com os EUA

O presidente também se manifestou sobre os últimos acontecimentos políticos nos EUA, minimizando a saída do presidente Joe Biden da corrida pela Morada Branca. Nas últimas semanas, o petista vinha defendendo o voto no democrata uma vez que forma de barrar a volta de Donald Trump ao missão. Posteriormente Biden anunciar que desistiu de tentar a reeleição, o brasílico disse que a relação do Brasil será com “quem for eleito” e defendeu que o governo brasílico quer manter “parceria estratégica” com os americanos.

“Agora, eles vão escolher uma candidata ou um candidato, e que o melhor vença a eleição. A relação do Brasil será com quem for eleito. Temos uma parceria estratégica com os Estados Unidos e queremos mantê-la”, disse Lula.

Sobre isso, Lula disse também que somente o próprio Biden poderia deliberar se ele tinha condições ou não de disputar o pleito.

“Eu fiquei muito feliz quando o presidente Biden foi eleito e mais ainda pelos posicionamentos dele em resguardo dos trabalhadores. Estabelecemos juntos uma parceria estratégica em resguardo do trabalho decente no mundo. Eu palato e saudação muito ele. Somente ele poderia deliberar se iria ou não ser candidato”, acrescentou.

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