Abel Ferreira completa quatro anos no Palmeiras; veja números e polêmicas

Quatro anos do proclamação que mudou a história dos mais de 16 milhões de palmeirenses. Às 20h01 do dia 30 de outubro de 2020, o Palmeiras publicava uma arte em forma de um tela de aeroporto para dar uma notícia que poucos imaginavam: o português Abel Ferreira era o novo técnico do clube.

Até logo pouco divulgado, o treinador de 41 anos havia deixado o Paok, da Grécia, para desembarcar ao Brasil no meio de uma pandemia quase um ano depois o sucesso estrondoso do compatriota Jorge Jesus no Flamengo. E chegava para ocupar a vaga deixada pelo ídolo alviverde Vanderlei Luxemburgo.

A torcida se dividiu. Alguns rejeitaram logo de faceta. “Não dou 5 meses no função”, escreveu um internauta. Por fim, até aquele dia, a prateleira de títulos de Abel se limitava a uma Taça de Honra da AF Lisboa porquê treinador do Sporting B, e, porquê jogador, duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido Oliveira pelo Sporting.

Apesar da pouca experiência, Abel havia se evidenciado no comando do Braga-POR, já que, logo na temporada de estreia na escol do Campeonato Português, em 2017/2018, levou o time à quarta posição com uma campanha recorde em pontos, além do vice-campeonato da Grécia com o Paok no ano seguinte.

Outra secção dos torcedores escolheu ser mais comedida e pediu o clássico “deixem o faceta trabalhar”. Mas houve a lado mais efusiva que, mesmo com pouco conhecimento sobre o novo comandante, confiou na escolha da diretoria e se animou com o nome.

1461 dias depois, os títulos, números e recordes de Abel explicam por que ele é o treinador mais longevo do futebol brasiliano na atualidade e considerado por muitos o maior técnico da história do Palmeiras.

Logo na estreia, no dia 5 de novembro daquele ano, a equipe venceu o Red Bull Bragantino por 1 a 0 pelas oitavas de final da Despensa do Brasil e avançou para as quartas daquela edição do torneio, que teve o Palmeiras de Abel porquê vencedor. O título porém, por conta da pandemia da Covid-19, só veio em março do ano seguinte.

Maior da história do Palmeiras?

Empatado com Oswaldo Brandão, Abel Ferreira é o treinador com mais títulos da história do Palmeiras, com 10 títulos. Oswaldo, porém, conquistou o número em quatro passagens pelo Verdão, enquanto o português foi em uma só.

  • Treinador com mais títulos pelo Palmeiras (10)
  • Técnico mais longevo da história do Palmeiras em uma única passagem
  • Único treinador do Palmeiras com pelo menos um título estadual, um vernáculo e um internacional
  • Técnico do Palmeiras com mais títulos internacionais (3)
  • Treinador com mais finais (13)
  • Treinador que mais comandou e mais venceu o Palmeiras no Allianz Parque
  • Recorde de vitórias em sequência no Allianz Parque (10)

Títulos de Abel Ferreira

  • Despensa Libertadores (2020 e 2021)
  • Despensa do Brasil (2020)
  • Campeonato Brasiliano (2022 e 2023)
  • Recopa Sul-Americana (2022)
  • Supercopa do Brasil (2023)
  • Campeonato Paulista (2022, 2023 e 2024)

Números de Abel Ferreira

  • 10 títulos
  • 313 jogos
  • 181 vitórias
  • 77 empates
  • 55 derrotas
  • 534 gols marcados
  • 251 gols sofridos

(Considerando os dados de toda a percentagem, mesmo os jogos em que Abel não estava no banco de reservas)

Demorou para comemorar com a torcida

Abel demorou para sentir o paladar de ver a torcida no Allianz Parque. Por conta da pandemia da Covid-19, o treinador só teve o primeiro contato com o palmeirense em morada depois de quase um ano, no dia 9 de outubro de 2021, na guia por 4 a 2 contra o Red Bull Bragantino pelo Brasileirão daquele ano, também conquistado por ele.

O estádio teve exclusivamente 30% da capacidade e contou 8.864 torcedores. No entanto, apesar de momentos de euforia com gritos de “Abel Ferreira”, o time vivia temporada instável no campeonato, o que também resultou em cantos de “time sem vergonha”.

“É isso que espero que o torcedor do Palmeiras faça. Que nos apoie e, no término, julgue com palmas ou assobios. Hoje não merecíamos outra coisa que não fossem assobios. Temos que fazer mais e melhor. Merecemos ser cobrados, porque não podemos suportar gols da forma que sofremos”, reconheceu Abel.

Polêmicas

Idolatrado pela torcida do Palmeiras, Abel Ferreira também levou reputação de “estressado” por muitos jornalistas e torcedores rivais. Em entrevistas coletivas, o treinador costuma dar respostas acaloradas depois as partidas e, muitas vezes, atravessadas.

Um dos casos mais famosos foi em 2022. Posteriormente uma vitória do Palmeiras por 3 a 1 contra o Botafogo pelo Campeonato Brasiliano, o português foi questionado sobre o que fazia para manter a postura do time depois expulsão.

“Por isso que eu sou treinador e vocês são jornalistas. Se quiserem ser treinadores, vão à CBF, façam o curso e sentam-se cá no meu lugar. É isso que vocês têm que fazer”, respondeu. No dia seguinte, ligou para o jornalista para pedir desculpas e publicou um vídeo em que reconhecia ter sido grosseiro.

Outro momento foi em setembro deste ano, quando teve uma fala machista com uma repórter. Posteriormente vitória por 5 a 0 contra o Cuiabá, ele foi questionado sobre o estado físico de Mayke, que estava lesionado, e deixou a resposta em segundo projecto.

“Há uma coisa que vocês têm que entender. Eu tenho que dar satisfações para a três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a presidente do Palmeiras, que é a Leila (Pereira)”, afirmou.

A resposta teve repercussão internacional, e o treinador foi bastante criticado. Ele emitiu um enviado de desculpas, ligou para a jornalista para se retratar e também abriu a entrevista coletiva seguinte com mais uma enunciação sobre o tema e disse ter sido “infeliz” na resposta.

Outro momento polêmico foi em julho deste ano, quando usou uma frase xenofóbica contra indígenas para determinar o juntura da equipe do Palmeiras com a chegada de um dos principais destaques do time na temporada, o volante Aníbal Mulato.

“Isso não é uma equipe de índios. Há uma organização, em dentro dessa organizaçãom há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o estabilidade, e o Aníbal é um desses pêndulos”, afirmou depois a vitória por 3 a 1 do contra o Atlético-GO, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasiliano.

No dia seguinte, publicou um pedido de desculpa nas redes sociais.

“Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem que nos debrucemos sobre o seu teor. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de prelo. Reconheço que palavras têm poder e impacto, independentemente da intenção”, escreveu.

Abel Ferreira publicou pedido de desculpas por fala xenofóbica • Reprodução/Instagram

Postura em campo

Abel também labareda atenção pelas polêmicas e pela postura bastante agitada e irritada dentro dos gramados. Um dos casos mais famosos foi quando o treinador chutou um microfone em campo.

Em janeiro do ano pretérito, na final da Supercopa do Brasil contra o Flamengo, o técnico foi expulso nos acréscimos por um ataque de fúria. Posteriormente o avaliador não marcar um escanteio para o Palmeiras, o português chutou um dos microfones da transmissão.

Em agosto deste ano, houve mais um incidente que repercutiu. O português foi expulso da partida contra o Flamengo, pela Despensa do Brasil, por conta de um gesto obsceno na dimensão técnica.

Anderson Daronco deu cartão vermelho ao português depois ser chamado pelo avaliador de vídeo para revisar o lance. O treinador ainda foi punido com mais dois jogos de suspensão.

Relação com a leitura

Em 2022, Abel Ferreira e a percentagem técnica lançaram o livro “Cabeça Fria, Coração Quente”, em referência à famosa frase dita pelo treinador. O técnico e os outros integrantes doaram os royalties para entidades não-governamentais com trabalhos sociais e de ensino.

A obra é dividida em três partes e trouxe reflexões sobre o futebol brasiliano, além de análises táticas, treinos, métodos e estratégias de Abel e auxiliares para conquistarem uma era tão vitoriosa no comando do Palmeiras. O livro mostrou ainda fotos inéditas dos bastidores do trabalho no Verdão.

Em dezembro do ano pretérito, ele também se tornou o primeiro emissário da Rede Vernáculo de Bibliotecas Comunitárias e realizou uma visitante à Livraria Comunitária do Eucaliptos, localizada na ONG Cultura Familiar do Eucaliptos, em Santo André (SP). Esta foi a primeira ação do português porquê emissário da RNBC.

Abel participou de uma mediação de leitura com as crianças e contou um pouco de sua história com os livros. Também deu autógrafos e tirou fotos com todos os presentes.

A RNBC tem porquê objetivo levar leitura a comunidades e periferias de todo o Brasil. Movimento iniciado em 2006, a rede conecta atualmente 132 bibliotecas em locais com vulnerabilidade social, atendendo a mais de 40.000 pessoas.

Foi vítima de xenofobia

No prelúdios desta temporada, o próprio Abel Ferreira foi vítima de uma fala xenofóbica do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte. Durante uma confusão com a arbitragem no Campeonato Paulista, o gestor do Tricolor atacou a arbitragem e se referiu ao treinador porquê “português de m…”.

Já no Brasileirão, eles se encontraram no Morumbis, e Belmonte pediu desculpas, que foram aceitas por Abel Ferreira.

Antes, Belmonte também gravou um vídeo com o mesmo pedido, porquê secção de um harmonia com o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que gerou insatisfação do Alviverde à estação.

Fã de Ayrton Senna

Abel Ferreira já publicou várias homenagens ao brasiliano Ayrton Senna nas redes sociais. Ele define a mito da Fórmula 1 porquê um “ídolo”.

“O Ayrton Senna lembra momentos em família extraordinários, uma pessoa que me inspirou e me inspira pela forma porquê encarava o desporto, porquê era competitivo, se dedicava e amava aquilo que fazia”, escreveu.

“Alguém que realmente representa para mim o que são os valores não só do desporto e do que é ser competitivo, mas de família. Uma pessoa que nunca conheci, mas é meu ídolo”, completou.



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