Principal diferença do processo do “X“ no Brasil é a migração para as redes, diz professor à CNN

O professor de Recta da Uerj Carlos Affonso Souza analisou durante o  WW o recente embate entre o bilionário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), destacando as peculiaridades deste caso em relação a bloqueios anteriores de plataformas digitais no Brasil.

Segundo Souza, a principal diferença neste incidente é a transmigração do debate judicial para as redes sociais.

“Quando ela pula para as redes, a gente passa a jogar com as regras das redes sociais. E ao invés de a gente falar num recurso, numa petição, numa argumentação judicial, a gente passa a trabalhar com uma outra linguagem”, explicou o profissional.

Histórico de bloqueios no Brasil

O professor relembrou casos anteriores de bloqueio de plataformas no país, uma vez que o WhatsApp, em 2015 e 2016, e o Telegram, no ano pretérito.

Nesses episódios, as empresas ou não conseguiam atender tecnicamente às demandas judiciais ou simplesmente não respondiam às comunicações da Justiça.

No caso atual envolvendo o X (velho Twitter), Souza ressalta uma situação inédita: “Agora, no caso do X, a gente tem uma situação em que não é que a empresa não responde, a empresa vai a público manifestar que não vai executar a ordem judicial”.

Questionamentos e limites legais

O profissional enfatizou que não cabe ao X ordenar o que é legítimo ou ilícito no Brasil.

“A nota do X diz que não vai executar as decisões porque as decisões não seguem a lei do Brasil. Bom, o tribunal que interpreta a constituição é o Supremo Tribunal Federalista”, argumentou Souza.

Ele ressaltou que, embora as decisões judiciais possam ser questionadas, isso deve ocorrer dentro dos autos do processo.

A transposição desse debate para as redes sociais altera a dinâmica da discussão, substituindo argumentações jurídicas por memes, piadas e ataques pessoais.

Carlos Affonso Souza concluiu alertando para os riscos dessa novidade dinâmica: “Quando Elon Musk coloca lá um meme que ataca o Alexandre de Moraes, nas redes é uma coisa. Se você fizer isso num processo judicial, você vai lucrar uma representação na ordem, na congregação de classe sobre esse tipo de atitude”.

Os textos gerados por perceptibilidade sintético na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique cá para saber mais.

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