Argentina repudia corte de luz de embaixada em Caracas onde estão abrigados opositores de Maduro

O governo prateado repudiou nesta terça-feira o que chamou de “hostilização” de sua embaixada na Venezuela – e responsabilizou o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro pelo golpe de pujança elétrica na sede diplomática, onde se refugiam seis opositores do regime chavista. A enunciação ocorre um dia posteriormente Maduro dar um prazo de 72 horas para a delegação diplomática da Argentina deixar o país.

Em transmitido, o governo prateado advertiu sobre “qualquer ação deliberada que coloque em transe a segurança do pessoal diplomático da Argentina e dos cidadãos venezuelanos sob proteção” que permanecem na embaixada. A governo do presidente Javier Milei também fez “um apelo à comunidade internacional sobre a valimento de lutar pelo cumprimento das normas internacionais que regem as relações diplomáticas entre os Estados”.

Nesta segunda-feira, o governo venezuelano anunciou a retirada do pessoal diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai do país, muito uma vez que a saída dos seus próprios representantes nestas nações. A decisão foi feita posteriormente o Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE) da Venezuela ter dito a vitória de Maduro nas eleições sem apresentar as atas da votação. O resultado foi amplamente criticado pela comunidade internacional, incluindo os países citados, que exigiram transparência no pleito.

Milei havia denunciado “uma fraude” no processo eleitoral da Venezuela – e rejeitou a reeleição de Maduro para um terceiro procuração. No contexto sul-americano, restaram na Venezuela exclusivamente as embaixadas da Bolívia e talvez do Brasil e Colômbia (governos que, ainda que não tenham reconhecido a vitória do chavista, sustentam a premência de esperar para ver dados concretos antes de avalizar ou improbar o processo eleitoral que determinou a perpetuidade de Maduro no poder até 2031).

Nesse cenário, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, passou a calcular uma saída para os seis opositores do regime chavista que estão asilados na sede diplomática desde 20 de março. Ao La Nación, fontes do governo prateado afirmaram que a situação está “complicada” e que “a prioridade é a segurança dos asilados”.

— Essas pessoas têm recta de estar em nossa embaixada e, caso nossos diplomatas tenham que deixá-la, o governo da Venezuela tem a obrigação de deixá-los transpor (os asilados) com os diplomatas — disse Mondino nesta segunda-feira ao La Nación. — Tentamos falar com a chancelaria para ver o que significa oriente transmitido. A Argentina não rompeu vínculos com a Venezuela. Se eles o fizeram, ainda não nos informaram.

Ainda segundo o jornal prateado, duas possibilidades estão sendo trabalhadas pela governo de Milei: a primeira delas é a de que Maduro aceite o pedido de salvo-conduto apresentado pelo governo da Argentina meses detrás e permita que os asilados deixem o país rumo a Buenos Aires. A segunda, que ganha mais força com o passar das horas, é que os asilados sejam transferidos para outra obediência diplomática que não tenha problemas com o governo chavista.

No Palácio San Martín lembram que, segundo a convenção sobre asilados, assinada em Caracas em 1954, “se por justificação de ruptura de relações o representante diplomático que concedeu o asilo tiver que deixar o Estado territorial, ele sairá com os asilados”. Acrescenta que “se o estabelecido no inciso anterior não for provável por motivos alheios à vontade dos asilados ou do agente diplomático, oriente deve entregá-los à representação de um terceiro Estado Segmento nesta Convenção”.

A terceira opção é “entregá-los a um Estado que não seja Segmento e que concorde em manter o asilo”.

Durante o encontro do assessor próprio da Presidência do Brasil Celso Amorim com Maduro nesta segunda, o brasílio pediu que a embaixada da Argentina em Caracas seja preservada de possíveis ataques de simpatizantes chavistas. Segundo interlocutores da extensão diplomática, essa preocupação foi transmitida ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pela chanceler argentina, Diana Mondino, e repassada a Amorim. Há rumores sobre uma provável invasão à sede diplomática.

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