Duas opositoras testemunham perante a Polícia da França por ‘apologia ao terrorismo’
Antonin Utz
Duas políticas da oposição na França, da esquerda radical, prestaram prova à polícia nesta terça-feira (30) uma vez que secção de uma investigação por “apologia ao terrorismo”, devido a declarações relacionadas ao conflito no Oriente Médio.
“Em que democracia os métodos antiterroristas são usados contra ativistas políticos, associativos ou sindicais?”, disse Mathilde Panot diante de seus apoiadores, antes de depor perante a polícia judicial em Paris.
A presidente do grupo A França Insubmissa (LFI) no Parlamento, Panot, foi convocada por uma enunciação publicada em 7 de outubro, quando o movimento islamista palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes no território israelense.
Na França, um deputado pode ser interrogado em relação a afirmações ou declarações que tenha feito e que sejam alheias à sua função, apesar da isenção legislativa.
O texto, que gerou polêmica, estabelecia um paralelo entre o ataque, descrito uma vez que “uma ofensiva armada das forças palestinas”, e a “intensificação da política de ocupação israelense” nos territórios palestinos.
A ativista franco-palestina Rima Hassan, sétima na lista da LFI para as eleições do Parlamento Europeu em 9 de junho, foi interrogada devido a uma entrevista na qual afirmou que era “verdade” que o Hamas estava realizando uma ação legítima.
Esta jurista, que denuncia uma montagem errônea de um trecho de sua entrevista para o jornal Le Crayon, afirmou que os investigadores puderam visualizar a versão completa.
“O único resultado lógico é o arquivamento do caso”, disse seu legista Vincent Brengarth.
O conflito no Oriente Médio costuma tensionar o clima político na França, onde vive a principal comunidade judaica da Europa.
A Liga Francesa dos Direitos Humanos (LDH) e os sindicatos do ensino superior alertaram nesta terça-feira para a “repressão” das mobilizações estudantis em esteio a Gaza e para a restrição da liberdade de sentença nas universidades francesas.