Boulos diz que vai processar Marçal sobre caso envolvendo homônimo
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que pretende acionar a Justiça contra seu rival na disputa, Pablo Marçal (PRTB), pelo suposto uso de um processo de 2001, que envolveu um homônimo de Boulos, para associar o psolista ao uso de drogas.
Segundo apuração revelada pelo jornal Folha de S. Paulo na quarta-feira (28), o processo sobre “posse de drogas para consumo pessoal” que estaria embasando as acusações de Marçal contra o rival do PSOL é de 2001 e se refere a Guilherme Bardauil Boulos, e não Guilherme Castro Boulos, nome completo do candidato à prefeitura.
No mesmo dia, o candidato do PSOL foi questionado por jornalistas sobre a intenção de usar juridicamente o caso.
“É mais um elemento que a gente vai incorporar. Nós já ganhamos todas as nossas ações”, respondeu Boulos.
“Eu acho que essa reportagem da Folha traz mais um elemento de uma vez que é que se fabricou a fake news. Uma vez que é que a máquina de fake news fez a malandrice para inventar uma patranha”, acrescentou.
Procurada pela reportagem, uma manancial da campanha do psolista confirmou que deve ter uma ação judicial em relação ao caso, mas que a estratégia jurídica ainda não está definida.
Ainda na quarta-feira, nas redes sociais, Guilherme Boulos também comentou a situação e disse que a “farsa” de Marçal foi desmontada.
“Vocês viram que há dias ele tem me atacado com uma patranha sobre uso de drogas. Já ganhei sete direitos de resposta nas redes sociais e ele não parou. Mas, hoje, a material da Folha mostrou qual é a base da fake news que ele inventou”, afirmou o candidato do PSOL.
Ainda de contrato com Boulos, Marçal “queria fabricar confusão nas pessoas, e foi isso que ele fez”. “Por isso ele queria jogar isso no último debate, lá na frente, pois estaria perto das eleições e não daria tempo de ele desmentir. É muita baixaria. É muito vergonhoso. Mas a verdade prevaleceu”, finalizou Boulos.
À CNN, homônimo explica caso e diz não ter falado com Marçal
O homônimo em questão tem o nome de Guilherme Bardauil Boulos e também está concorrendo nas eleições de 2024 – ele é candidato a vereador na capital paulista pelo Solidariedade.
Bardauil Boulos conversou com a CNN nesta quinta-feira (29) e explicou sobre o caso de 2001. “Não fui recluso, somente assinei um termo”, disse Bardauil Boulos à CNN. Ele também classificou o incidente uma vez que “um ato imprudente” que ocorreu na sua juventude na era de faculdade, por porte de maconha, quando ele tinha 21 anos. O varão diz ter uma família, uma esposa e dois filhos e uma empresa de transporte executivo da qual “se orgulha muito”.
Bardauil Boulos ainda afirmou que não teve contato com o candidato do PRTB sobre o tema. “[Marçal] Não conversou comigo.
O que diz Pablo Marçal
Ao comentar a repercussão do caso, Pablo Marçal disse não ter lido a reportagem sobre o homônimo.
“Eu não acompanho matérias. Não entendi de onde tiraram isso, mas se alguém quer fazer resguardo do Guilherme [Boulos], coloca ele para fazer examinação toxicológico, vamos colocar os candidatos para desenredar quais são os dois usuários. Ser usuário não é transgressão, não sei porque estão apavorados. Se quer fazer a resguardo correta, mostra a contraprova, não adianta pedir agora”, disse Marçal.
Ele ainda disse que estava com o caso em mãos e iria mostrá-lo “na hora certa”. “Eu conheço o povo, o povo esquece”, complementou.
As acusações de Marçal começaram antes do debate da TV Bandeirantes, no início do mês, quando disse que iria revelar dois candidatos que seriam usuários de cocaína.
Durante o debate, ele escolheu Boulos para responder sua pergunta e simulou, com uma das mãos no rosto, um ato de “rescender cocaína”.
Em entrevista à CNN em 26 de agosto, Marçal voltou ao tema, chamou Boulos de “cheirador de cocaína” e disse que tinha a prova sobre o caso e que iria mostrá-la durante o último debate, previsto para intercorrer em 3 de outubro, três dias antes do primeiro vez, em 6 de outubro.
“Ninguém vai me segurar. Já foi recluso portando droga e eu vou mostrar. Está no sigilo de justiça. Aguarde que eu estou resolvendo para te mostrar. Eu vou te mostrar”, disse o candidato do PRTB à CNN.
*Com informações de Muriel Porfiro e Stêvão Limana, da CNN; colaborou Victor Aguiar
O que o votante pode e não pode levar para a urna no dia da votação?
