Mundo está ‘fracassando’ nos objetivos de desenvolvimento, adverte secretário-geral da ONU

Yuki IWAMURA

Guterres alerta que “o mundo está fracassando” na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Yuki IWAMURA

A guerra e a escassez de recursos obstaculizaram o progressão para os emblemáticos objetivos de desenvolvimento estabelecidos pelas Nações Unidas, que incluem medidas para combater a mudança climática, advertiu o secretário-geral da organização, António Guterres, nesta sexta-feira (28).

Em 2015, os Estados-membros da ONU adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 17 metas para transformar o mundo daqui até 2030, entre elas findar por completo com a pobreza extrema e varar a rafa.

Mas Guterres disse nesta sexta-feira que “o mundo está obtendo uma classificação de reprovado”.

“Nosso fracasso na hora de prometer a tranquilidade, fazer frente à mudança climática e impulsionar o financiamento internacional está minando o desenvolvimento”, declarou o secretário-geral, em uma sessão informativa em Novidade York, na qual revelou a última revisão dos avanços nos ODS.

“Devemos aligeirar a ação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e não podemos perder tempo: unicamente 17% dos objetivos [estão] muito encaminhados”, apontou.

Os esforços para destinar verba e atenção aos objetivos foram interrompidos em diversas ocasiões, entre outras coisas pela pandemia da covid-19, as guerras em Ucrânia, Gaza e Sudão, a piora das catástrofes climáticas e o poderoso aumento do dispêndio de vida.

Guterres afirmou que, embora os países estejam atrasados em muitas áreas, há vislumbres de esperança na redução de novas infecções por HIV, no aumento do entrada à internet e no “boom” da utilização de energias renováveis.

Mas “a negação das necessidades básicas a tantas pessoas é indignante e indesculpável”, afirmou.

Guterres acrescentou que é necessário fazer alguma coisa para conseguir a tranquilidade nos principais conflitos que assolam o mundo e aligeirar os esforços para inferir uma transição ecológica.

“Isso significa que é preciso multiplicar a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento para proporcionar mais recursos para a ação climática e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.

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