Sánchez permanecerá no cargo de primeiro-ministro da Espanha após ameaçar renúncia

PIERRE-PHILIPPE MARCOU

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, decidiu permanecer no incumbência

Pierre-Philippe Marcou

O primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira que permanecerá avante do Executivo, depois de ameaçar renunciar devido ao assédio pessoal que afirma suportar da oposição.

“Decidi continuar, continuar com ainda mais força, se provável”, afirmou Sánchez em uma mensagem ao país no Palácio da Moncloa.

O pregão acaba com o cenário de incerteza que começou na quarta-feira da semana passada, quando Sánchez disse que teria alguns dias para refletir sobre a repúdio, depois de criticar o “assédio” da direita e da extrema-direita contra sua família, posteriormente a divulgação da preâmbulo de uma investigação judicial contra sua esposa, Begoña Gómez, por suposta “devassidão”.

Prosélito das ações de grande efeito político, Sánchez cancelou sua agenda pública até esta segunda-feira. Ele não participou nos comícios durante o primeiro termo de semana de campanha para as eleições regionais cruciais de 12 de maio na Catalunha, onde os socialistas tentam retirar os independentistas do poder.

“Mostraremos ao mundo porquê se defende a democracia, acabemos com esta sujeira da única forma provável, com a repudiação coletiva, serena e democrática, que vai além das siglas e das ideologias, que eu me comprometo a liderar com firmeza porquê presidente do Governo de Espanha”, acrescentou.

– Regenerar a democracia –

As manifestações em Madri e outras regiões da Espanha no termo de semana “influenciaram decisivamente a minha reflexão”, declarou Sánchez, que criticou as “farsas deliberadas” apresentadas pela oposição.

“Assumo diante de vocês o meu compromisso de trabalhar sem sota, com firmeza e com serenidade pela regeneração pendurado da nossa democracia”, acrescentou em seu oração o líder socialista, que permaneceu em totalidade silêncio nos últimos dias, sem revelar pistas sobre a sua decisão.

Em caso de repúdio de Sánchez, a Espanha teria novas eleições gerais, somente um ano posteriormente as legislativas de julho de 2023.

A investigação contra a esposa de Sánchez, que está sob sigilo, foi oportunidade posteriormente uma denúncia da associação ‘Mãos Limpas’, próxima da extrema-direita.

O Ministério Público pediu o arquivamento da ação. A ‘Mãos Limpas’ admitiu que se baseou exclusivamente em informações da prensa.

Segundo o portal ‘El Secreto’, a investigação envolve os vínculos de Begoña Gómez com o grupo turístico espanhol Globalia, proprietário da companhia aérea Air Europa, quando esta última estava em negociações com o governo para obter um resgate durante a pandemia de covid-19, o que acabou conseguindo.

– “Um espetáculo de juvenil” –

Em sua missiva aos cidadãos divulgada na quarta-feira, Sánchez, que governa em confederação com a extrema-esquerda e com o esteio dos partidos nacionalistas e independentistas bascos e catalães, repudiou as “denúncias tão escandalosas quanto falsas”, que na opinião dele emanam de uma campanha organizada por “interesses da direita e da ultradireita (…) que não aceitam o veredito das urnas”.

“É uma estratégia de perseguição e demolição”, acrescentou o primeiro-ministro, cujas medidas, porquê uma lei de anistia para os independentistas que participaram na tentativa de secessão da Catalunha em 2017, enfrentaram a repudiação frontal da oposição de direita.

O conservador Partido Popular, maior legenda de oposição, ridicularizou a mensagem de Sánchez de cogitar uma repúdio e afirmou que era somente táctica política, para fazer o papel de vítima e reagrupar suas fileiras.

Um gerente de Governo “não pode montar um espetáculo juvenil para que venham detrás e digam que ele não deve transpor e que não fique irritado”, ironizou na quinta-feira o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo.

O socialista “já representa o pretérito e não haverá zero heróico na repúdio, nem haverá heroísmo na resistência caso permaneça no poder”, afirmou Feijóo no domingo, em uma referência ao livro de Sánchez “Manual da Resistência”.

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