PMs são presos suspeitos de torturar colega em curso de formação no DF

Policiais militares suspeitos de agredir e torturar um colega durante um curso de formação do Batalhão de Choque foram presos na manhã desta segunda-feira (29) pelo Ministério Público do Região Federalista (MPDFT) no Região Federalista.

O soldado Danilo Martins afirma que os colegas o agrediram e o humilharam para que ele desistisse do curso de formação do patrulhamento tático traste do Batalhão de Choque. Ele chegou a ser torturado por 8h no batalhão e ficou internado por seis dias. Segundo Martins, a tortura parou logo que ele assinou o termo de desistência do curso.

De negócio com o MP, os celulares dos militares supostamente envolvidos foram apreendidos, e o curso foi suspenso até o término das investigações. O comandante do Patrulhamento Tático Traste do Batalhão de Choque também foi remoto do função até o término da apuração.

15 mandados de prisão

De negócio com o MP, os celulares dos militares supostamente envolvidos foram apreendidos, e o curso foi suspenso até o término das investigações. O comandante do Patrulhamento Tático Traste do Batalhão de Choque também foi remoto do função até o término da apuração.

Segundo a PMDF, a corregedoria instaurou um questionário para investigar o caso. Outrossim, o tenente Marco Teixeira, suspeito de ser oo líder das agressões, se desligou da coordenação voluntariamente. Em nota, Teixeira negou que Martins tenha sido forçado desistir do curso e afirmou que “não há que se falar em tortura”.

No totalidade, são 15 mandados de prisão. Até às 11h, 13 suspeitos já haviam sido presos e outro assegurou que iria se apresentar com o jurista na Corregedoria da PMDF.

Os policiais envolvidos são:

• Marco Aurélio Teixeira Feitosa;
• Gabriel Saraiva Dos Santos;
• Daniel Barboza Sinesio;
• Wagner Santos Silvares;
• Fábio De Oliveira Flor;
• Elder de Oliveira Arruda;
• Eduardo Luiz Ribeiro Da Silva;
• Rafael Pereira Miranda;
• Bruno Almeida da Silva;
• Danilo Ferreira Lopes;
• Rodrigo Assunção Dias;
• Matheus Barros Dos Santos Souza;
• Diekson Coelho Peres;
• Reniery Santa Rosa Ulbrich.

Tortura

Na denúncia, Martins conta que os colegas jogaram gás lacrimogênio e gás de espuma em seu rosto. Outrossim, relatou que foi obrigado a tomar moca com sal e pimenta, agredido com pauladas e chutes no joelho, no rosto e no estômago.

“Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu passar ao volta do batalhão cantando uma música vexatória. E depois disso me colocaram para fazer flexão de punho denso no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago”, contou em entrevista ao G1.

Em seguida as agressões, Martins deu ingresso no hospital e ficou seis horas internado. Na unidade, ele foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise – ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.

Desistêcia forçada

Ele relatou que se inscreveu no curso de patrulhamento tático traste de 2024 e, em 22 de abril, haveria a apresentação do curso.

“Eu me apresentei às 8h15, juntamente com o vez, e o coordenador já me retirou do vez e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, lembra.

Martins conta que se recusou várias vezes a assinar a desistência, e só o fez quando começaram as agressões dos policiais. 

Danilo Martins é noticiarista e desportista e costuma compartilhar sua rotina nas redes. Segundo ele, uma fala do tenente sugeriu que a motivação por trás das agressões poderia estar relacionada a isso.

“Ele [tenente] disse que muitas pessoas pediram para ele fazer aquilo e que ele não iria embora sem me desligar”, afirma. 

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