
Comandante do Exército ucraniano admite avanços da Rússia na frente de batalha
Soldados ucranianos perto de Chasiv Yar, leste do país, em 27 de abril de 2024
Genya SAVILOV
O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Oleksandr Syrsky, admitiu neste domingo (28) que a situação “piorou” na frente de guerra e que as tropas russas, em maior número, conseguiram vitórias táticas em diversas áreas.
O Tropa ucraniano, que fracassou em sua grande contraofensiva do ano pretérito, enfrenta o progressão russo desde a queda, em fevereiro, da cidade de Avdiivka, no leste do país.
A ex-república soviética, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados e tem que gerir o delonga no envio da ajuda ocidental, foi forçada a recuar em vários setores nas últimas semanas.
O exemplo mais recente aconteceu neste domingo: o Ministério da Resguardo da Rússia reivindicou a conquista de Novobakhmutivka, uma localidade que fica 10 quilômetros ao setentrião de Avdiivka, na província de Donetsk.
“A situação no front piorou”, escreveu Syrsky em uma publicação no Facebook. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro, de 2022, está “atacando ao longo de toda traço de frente”.
“Em alguns setores, o inimigo conseguiu sucesso tático e em algumas áreas as nossas tropas conseguiram melhorar a posição tática”, acrescentou.
Syrsky afirmou que o Tropa russo “concentrou os esforços em vários setores, estabelecendo uma vantagem significativa em termos de forças e recursos para tentar terebrar passagem na traço de frente”.
O general relatou “combates violentos” na última semana e descreveu uma situação “dinâmica” com algumas posições capturadas diversas vezes ao dia, pelos dois lados.
– ‘Sucessos parciais’ –
A província de Kupiansk, no nordeste do país, é um dos setores onde os combates são mais intensos e onde os russos “conseguiram sucessos parciais, embora tenham sido contidos”, afirmou o general ucraniano.
Na região de Kramatorsk, leste, as tropas de Moscou tentam tomar a cidade de Chasiv Yar com o objetivo de seguir para uma superfície que constitui um importante meio ferroviário e logístico.
A situação “mais complicada”, no entanto, acontece a 70 quilômetros de intervalo, na superfície de Pokrovsk e Kurakhove, cenários de “combates muito violentos”, destacou Syrsky.
O comandante admitiu que as tropas de Kiev se retiraram das cidades de Berdytchi, Semenivka e Novomykhailivka. Também disse que a situação é “tensa” no sul do país.
Os avanços russos provocaram críticas de blogueiros militares ucranianos, que geralmente não questionam as Forças Armadas do país.
O diretor de lucidez do Ministério da Resguardo ucraniano, Kyrylo Budanov, alertou oriente mês que a situação na frente de guerra vai piorar até meados de maio e junho.
Kiev, no entanto, espera que a aprovação no Congresso dos Estados Unidos de um novo pacote de ajuda militar de bilhões de dólares permita estabilizar a situação.
O presidente americano Joe Biden prometeu esta semana ao homólogo ucraniano Volodimir Zelensky que a ajuda vai chegar “rapidamente”.
O Kremlin, no entanto, minimizou o impacto do novo pacote de ajuda.
Para substanciar o Tropa, Zelensky promulgou no início do mês uma lei polêmica de mobilização militar, que pretende facilitar o arrolamento de novos recrutas.
Kiev também suspendeu os serviços consulares no exterior para os homens com idades entre 18 e 60 anos. O governo espera que eles retornem ao país para lutar contra as tropas russas.