À CNN, Barroso diz que impeachment de ministro do STF é querer “expulsar jogador do time“

O presidente do Supremo Tribunal Federalista (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou ao CNN Entrevistas que é contrário ao debate no Senado sobre a possibilidade de impeachment de um ministro da Namoro.

Barroso comparou a situação a uma partida de futebol, em que um time prefere expulsar um jogador rival do que seguir com o jogo, dentro das regras.

“Você tem os onze jogadores (mesmo número de ministros do STF). Evidentemente, a gente tem posições diferentes, cada um tem a sua estratégia. Faz secção do jogo. Mas quando um dos times passa a trabalhar para que puxem jogadores do outro time, você deixou de jogar e não quer deixar que o outro time jogue, portanto. Eu acho que o impeachment é um elemento não desejável do do debate público, que é querer expulsar o jogador do outro time”, disse.

O ministro faz a salvaguarda de que, em uma democracia, nenhum matéria é tabu, até mesmo a discussão de anistiar os condenados pelo 8 de janeiro. “É legítimo o Congresso debater as grandes questões”, afirmou.

Entre os assuntos que Barroso também minimizou estão: procuração para ministro do STF e limites às decisões monocráticas. Mas sobre processar e impeachmar um ministro do Supremo, o presidente da galanteio disse que não vê o tema “com muita naturalidade”.

De anistia a impeachment, o ministro respondeu que o STF pode volver decisões do Congresso se consideradas inconstitucionais – sinalizando que nenhuma dessas discussões polêmicas devem se fechar no Congresso, mesmo se aprovadas. “O Supremo tem um papel de interpretar e infligir a Constituição. Pode ser, sim, aferido em face da Constituição, se o Supremo descobrir que é constitucional o ato. (Mas) se o Supremo descobrir que é inconstitucional, o ato não vale. É uma coisa também que muitas vezes as pessoas não entendem”, emendou.

O CNN Entrevistas vai ao ar neste sábado e neste domingo, às 18h30. Com exclusividade, Barroso respondeu sobre o papel do STF, escora às decisões de Alexandre de Moraes, atos golpistas, pacificação do país e pautas de costumes, entre outros temas.

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