Indígenas abandonam negociação sobre marco temporal no STF
A Pronunciação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) solicitou, nesta quarta-feira (28), a saída da Percentagem Privativo de Conciliação criada pelo Supremo Tribunal Federalista (STF) para discutir a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
O proclamação foi feito no início da segunda reunião marcada para tratar do ponto.
O traje de a lei do marco temporal continuar em vigor é visto pelos representantes indígenas uma vez que uma situação de desigualdade negocial. A Apib chegou a pedir ao ministro Gilmar Mendes a suspensão cautelar da norma, mas não foi atendida.
“A Apib requereu a suspensão da lei com intuito de prometer condições minimamente equânimes de participação dos povos indígenas na Percentagem de Conciliação, já que a vigência da lei tem acarretado incremento da violência nos territórios, uma vez que amplamente noticiado nos autos”, alega.
Outrossim, a Apib requereu que fosse reconhecida a voluntariedade e a autonomia da vontade nos processos de conciliação para que seja respeitada a posição dos povos indígenas na construção de qualquer concordância sobre seus direitos.
“O pedido foi recusado. Foi determinado que a Percentagem Privativo de Conciliação não trabalharia por consenso, mas por maioria. Informou ainda que a oposição dos povos indígenas a um eventual concordância não teria o dom de interromper seu prosseguimento, ainda que dispusesse sobre direitos dos povos indígenas”, justifica a Abip.
As audiências foram convocadas pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.
Mais do que levar o caso para conciliação, Mendes negou pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco, decisão que desagradou aos indígenas. As reuniões estão previstas para seguir até 18 de dezembro deste ano, mesmo sem a participação da Apib.
Na prática, a realização das audiências impede a novidade decisão da Incisão sobre a questão e permite que o Congresso ganhe tempo para revalidar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para confirmar a tese do marco na Epístola Magna.
Em dezembro do ano pretérito, o Congresso Vernáculo derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que validou o marco.
Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Incisão foi levada em conta pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.
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