Especialista à CNN: Aumento da taxa Selic não diminui demanda por bons projetos
O aumento da taxa Selic, principal instrumento de política monetária do Brasil, tem impacto direto no financiamento de projetos de infraestrutura, mas não diminui necessariamente a demanda por iniciativas muito estruturadas. Essa é a avaliação de Natália Marcassa, CEO da MoveInfra, em entrevista ao WW.
Segundo a técnico, a elevação dos juros encarece os financiamentos, afetando desde o cidadão geral que procura crédito imobiliário até grandes empreendimentos porquê leilões de saneamento e rodovias.
“É isso que vai ocorrer com leilão de saneamento, com leilão de rodovia, esse financiamento vai estar mais custoso”, explicou Marcassa.
Fatores além do financiamento
No entanto, a executiva ressalta que o sucesso de um projeto não depende exclusivamente das condições de financiamento.
“Um projeto não depende só do financiamento, ele depende de estar muito estruturado, ele depende de ter demanda, da demanda estar equalizada e ele depende do nível de investimento que vai ser gasto nele também estar equalizado”, argumentou.
Marcassa observa que, mesmo em um cenário de juros elevados, projetos muito concebidos continuam atraindo investidores.
Porquê exemplo, ela cita recentes leilões bem-sucedidos em diversos setores da infraestrutura pátrio, incluindo rodovias, vigor e mobilidade urbana.
Atratividade para investidores internacionais
A técnico também destaca um efeito paralelo positivo do aumento da Selic: a maior atratividade para investidores internacionais.
“Para um investidor internacional que está vendo uma taxa de juros no país dele menor, cá está pagando um valor maior”, explicou Marcassa.
Ela ilustra esse ponto com o recente leilão da BR-040, publicado porquê Rota dos Cristais, vencido por uma empresa francesa.
“Muito provavelmente está fazendo essa arbitragem da taxa de juros porque a gente está pagando melhor”, analisou a CEO.
Dessa forma, embora o cenário de juros altos apresente desafios para o financiamento interno, Marcassa conclui que o Brasil pode se tornar mais atrativo para o capital estrangeiro, principalmente em projetos de infraestrutura muito estruturados e com demanda consistente.
