
Rio Juruá em alerta máximo de seca afeta mobilidade e segurança alimentar de 5 cidades – ac24horas.com
O Rio Juruá está em alerta supremo devido ao ordinário volume de chuva no município de Marechal Thaumaturgo, interno do Acre. Na referida cidade, o nível de 2,50 metros é de alerta e 2,00 metros de alerta supremo. Nesta terça-feira, 27, a lâmina d’chuva na localidade é de somente 1,20 metro. Em Porto Walter, não houve leitura.
Em Cruzeiro do Sul, o manancial está com 4,61 metros e o nível de alerta é de 2,30 metros e alerta supremo é de 2 metros. Mas, de tratado com dados da Plataforma de Coleta de Dados, na região da Ponte do Liberdade, na mote entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o Juruá está com 1,24 metro,sendo que o nível de alerta é de 1,30 metro e de alerta supremo na localidade, 1 metro.
Os dados são coletados por meio de Plataforma de Coleta de Dados, composta por sensores de chuva e de nível, termômetro e barômetro, acoplados a um registrador, responsável por armazenar e enviar essas informações para a Filial Vernáculo de Águas e Saneamento Fundamental (ANA).
O baixíssimo volume de chuva do Rio Juruá afeta os moradores das cidades ao longo do manancial de várias formas. A situação compromete a segurança nutrir e a mobilidade das comunidades, causando prejuízos em Cruzeiro do Sul.
Os pescadores artesanais que dependem exclusivamente da pesca para prometer sua renda e sustento, estão em dificuldades. A quantidade de peixes nos pesqueiros diminuiu em mais de 60%, o que afeta diretamente a segurança nutrir das famílias.
O pescador Cosmo Cauace, diz que agora tem que viajar mais dias no Juruá para encontrar peixe.“Hoje está mais complicado para conseguirmos pescar devido à seca. Antes eu conseguia pegar peixe cá perto, mas agora está mais difícil pescar. Portanto a gente tem que ir mais longe, e alguns pescadores chegam a viajar por mais de um mês para conseguir pescar”, contou Cosmo ao ac24horas.
O presidente da Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul, Itamar Promanação, ressaltou à reportagem a seriedade da situação, tanto para a renda dos pescadores, quanto para a segurança nutrir das famílias. “A seca no Rio Juruá já tem afetado severamente a vida dos pescadores artesanais, dificultando a navegabilidade e o entrada ao pescado. Isso impacta não somente a renda, mas também a segurança nutrir das famílias que dependem da pesca”, explicou.
Tentando minimizar a situação, a Colônia está antecipando a coleta de documentação para o próximo período de defeso, que começa em 15 de outubro, a termo de prometer que os pescadores estejam aptos a receber benefícios. “No ano pretérito, foram pagas duas parcelas emergenciais de auxílio aos pescadores durante o período de seca, e a colônia está lutando para que o governo federalista autorize novamente esse pagamento”, declarou.
Viagens cada vez mais longas
Dependendo do tamanho da embarcação a viagem entre Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo pode levar até 20 dias. Com o nível das águas ordinário, a navegação tornou-se perigosa e, em alguns casos, inviável, levando à suspensão de viagens e ao aumento dos riscos para os navegantes.
Jonas Silva, que há 27 anos trabalha navegando no Rio Juruá, expressou sua preocupação com a situação atual. “Agora, as viagens estão muito mais demoradas e perigosas. O Rio está muito raso, com muito “pausada”. Tem muita arraia. A gente enfrenta risco de todo jeito”, conta.
Uma empresa de embarcações que fazia a viagem entre Cruzeiro do Sul e municípios do Amazonas, uma vez que Ipixuna, há 20 anos, suspendeu as atividades nesta terça-feira, 27. Francisco Jacson da Silva, descreveu os desafios enfrentados pela equipe de navegação. “Meu patrão viaja para Ipixuna, mas o Juruá está muito sedento. Ele costumava levar 30 passageiros, mas agora só conseguia transportar 20. Devido à seca, ele não tem condições de viajar e está parando as atividades hoje. Vai depender do rio para ele retornar a velejar de novo”, disse Francisco ao ac24horas.