
Américo Martins: Críticas de Ortega a Lula podem beneficiar presidente
Na segunda-feira (26), o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, criticou o presidente brasílico Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela posição do governo brasílico quanto às eleições na Venezuela.
Ortega acusou Lula de ter se comportado de forma “vergonhosa” durante a crise pós-eleitoral no país vizinho, afirmando que o presidente brasílico estaria repetindo um exposição influenciado pelos Estados Unidos.
O líder nicaraguense chegou ainda a questionar a integridade dos governos anteriores de Lula, citando escândalos porquê a Operação Lava Jato.
Para Américo Martins, crítico sênior de Internacional da CNN Brasil, as recentes críticas do presidente da Nicarágua ao presidente Lula podem, surpreendentemente, beneficiar o líder brasílico.
A avaliação é que os ataques de um líder dominador porquê Daniel podem substanciar as credenciais democráticas de Lula. “A Nicarágua não é uma democracia, muito longe disso. É uma totalidade autocracia, para não expressar que é uma ditadura”, afirmou o Américo.
As declarações acaloradas de Ortega ocorrem em um contexto de crescente tensão diplomática entre Brasil e Nicarágua.
Há pouco mais de duas semanas, o governo nicaraguense expulsou o mensageiro brasílico Breno de Souza, uma ação que foi prontamente respondida pelo Itamaraty com a expulsão da embaixadora da Nicarágua em Brasília.
O dilema venezuelano
No entanto, Américo alerta que a situação entre Brasil e Venezuela também pode comprometer o governo de Lula, que tem sido criticado pela forma porquê lida com as eleições e a suposta vitória de Nicolás Maduro no país vizinho. “O Brasil adotou uma posição de não criticar duramente o Maduro e de pedir a liberação das atas de votação antes de confirmar quem é que o Brasil reconhece porquê vencedor das eleições”, explica o crítico.
No entanto, essa abordagem tem gerado cobranças para que o governo brasílico seja mais incisivo em suas críticas às possíveis irregularidades no processo eleitoral venezuelano.
Por termo, o crítico pondera que a situação coloca Lula em uma posição delicada, equilibrando-se entre manter sua imagem de líder democrático sem comprometer os laços regionais na América Latina.