Nas montanhas da Romênia, ucranianos arriscam suas vidas para fugir da guerra

Daniel MIHAILESCU

Pessoas atravessam a ponte sobre o rio Tisza no ponto fronteiriço de Sighetu Marmatiei entre a Romênia e a Ucrânia, em 17 de maio de 2024

Daniel MIHAILESCU

Na remota espaço montanhosa de Maramures, no setentrião da Romênia, perto da fronteira com a Ucrânia, cada vez mais jovens ucranianos arriscam suas vidas para evadir da guerra que devasta o seu país.

“Muitos dizem que preferem morrer cá do que nos confrontos. São meninos que não sabem uma vez que segurar uma arma e têm pavor de ir para o front”, diz Dan Benga, diretor dos serviços de emergência nesta região isolada.

A 1.600 metros de altitude, recebem os corpos de dois homens encontrados pela polícia fronteiriça, que são transportados em macas e em sacos pretos.

Naquela mesma noite, a traço de emergência recebeu uma mensagem de um ucraniano de 21 anos recluso no maciço selvagem dos Cárpatos. O jovem estava caminhando na neve há três dias.

Dificilmente se passa um dia sem uma invenção de morte ou um pedido de ajuda.

“É uma tragédia. Não estão equipados adequadamente, não têm roupas de sobra nem mantimentos”, conta um paramédico de 55 anos, temeroso de que o degelo revele mais corpos.

Confrontada com a escassez de armas e de homens no momento em que a Rússia multiplica os ataques na frente, a Ucrânia adotou recentemente medidas para facilitar o recrutamento e punir aqueles que resistem.

Também reduziu a idade mínima de recrutamento de 27 para 25 anos, o que levou milhares de ucranianos a fugirem para países vizinhos.

Somente na Romênia, o número de chegadas irregulares dobrou nos quatro primeiros meses de 2024, em conferência ao mesmo período em 2023.

Foram contabilizados muro de 2.500 ucranianos, com um totalidade de 12.000 desde o início da guerra. Oficialmente, os homens entre os 18 e os 60 anos não têm permissão para transpor da Ucrânia, sob a lei marcial que prevê penas de até 12 anos de prisão.

Pelo menos 23 destes desertores morreram de insensível durante sua travessia nas montanhas ou por afogamento no rio Tisza, que separa os dois países.

Diariamente, guardas da fronteira encontram entre 50 e 60 homens em fuga.

Uma vez em solo romeno, estão seguros. Apesar da legislação estabelecida por Kiev, eles não são questionados na fronteira e recebem um título de proteção temporária uma vez que outros refugiados ucranianos acolhidos na União Europeia, dando-lhes o recta de permanecer e trabalhar.

Outros, munidos de documentação, vão para outros países, segundo um ucraniano refugiado.

Já os que permanecem perto da fronteira regularmente recebem visitas de suas esposas que ficaram na Ucrânia, que lhes entregam vitualhas.

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