Presidente promove partido governista nos 30 anos da democracia sul-africana

RAJESH JANTILAL

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pode ver seu partido, ANC, perder pela primeira vez sua maioria nas eleições nacionais de maio

RAJESH JANTILAL

O presidente Cyril Ramaphosa promoveu, neste sábado (27), as conquistas da África do Sul sob a liderança do seu partido,o Congresso Vernáculo Africano, na comemoração dos 30 anos da democracia no país e a um mês das eleições nacionais mais importante em décadas.

Os sul-africanos se preparam para votar em 29 de maio, três décadas depois da primeira eleição democrática no país, em 1994, que pôs termo ao regime de segregação racial, e levou ao poder o líder antiapartheid, Nelson Mandela, e o Congresso Vernáculo Africano (ANC, na {sigla} em inglês).

“A África do Sul hoje é um lugar infinitamente melhor do que era 30 anos detrás”, disse Ramaphosa em um oração pelo “Dia da Liberdade” nos Union Buildings, a sede do governo, em Pretória.

Ramaphosa, de 71 anos, aproveitou a ocasião para enumerar os avanços no país liderados pelo ANC, que tem enfrentado reveses nas pesquisas de opinião, e corre o risco de perder sua maioria parlamentar pela primeira vez.

“Nós buscamos a reforma agrária, distribuímos milhões de hectares de terreno àqueles que haviam sido desapossados forçadamente”, afirmou.

“Nós construímos casas, clínicas, hospitais, estradas e erguemos pontes, represas e muitas outras obras infraestruturas. Nós levamos eletricidade, chuva e saneamento para milhões de famílias sul-africanas”, acrescentou.

Uma pesquisa do instituto Ipsos, divulgada na sexta-feira, revelou que o pedestal ao partido no poder, que obteve mais de 57% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, caiu para pouco mais de 40%.

Se tiver menos de 50% dos votos, o ANC precisaria buscar o pedestal de uma coalizão para se manter no poder.

A imagem do partido foi duramente afetada por acusações de depravação e sua incapacidade de combater de forma eficiente a pobreza, o violação, a desigualdade e o desemprego, que se mantêm muito elevados.

Ramaphosa admitiu os problemas, mas denunciou os críticos uma vez que pessoas que deliberadamente “fecham os olhos”.

“Nós fizemos muito progresso e estamos determinados a fazer muito mais”, acrescentou.

Muro de dois terços dos entrevistados na pesquisa do instituto Ipsos disseram que o país está na direção errada.

“Eles nos prometeram sonhos, mas só entregaram pesadelos”, afirmou John Steenhuisen, líder do principal partido da oposição, a Confederação Democrática (DA, na {sigla} em inglês), em um oração na disputada província de KwaZulu-Natal.

“A liberdade real só é verosímil quando você tem um trabalho para atender às necessidades de sua família e erigir um porvir melhor”, prosseguiu.

Segundo o Ipsos, o pedestal ao DA ourela os 22%.

O esquerdista Combatentes da Liberdade Econômica (EFF) aparece com 11,5% das preferências do eleitorado, seguido do Lança da País (uMkhonto we Sizwe, MK), chefiado pelo ex-presidente Jacob Zuma, com 8,4%.

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