
‘Nojo’, vítima que denunciou Weinstein fala sobre anulação de condenação
A decisão que anulou a pena de Harvey Weinstein em Novidade York não afeta outra pena de 16 anos por estupro que ele recebeu na Califórnia, e o ex-produtor continua atras das grades
TIMOTHY A. CLARY
Uma das vozes que levaram à agora anulada sentença por estupro contra Harvey Weinstein em Novidade York disse, nesta sexta-feira (26), que não tem certeza se poderá voltar a enfrentá-lo na incisão em caso de novo julgamento.
Mimi Haley disse que sentiu “nojo” quando ouviu que um tribunal havia anulado a pena do portanto todo-poderoso de Hollywood.
“As pessoas não sabem realmente o que vivi e o que outras mulheres tiveram que viver”, disse Haley em entrevista coletiva, referindo-se ao julgamento do produtor derrubado em desgraça.
“É fadigoso, difícil […] você vive assustada por anos […] e depois lhe assediam.”
“Há muita coisa que as pessoas não veem e que eu tive que passar. E sim, gostaria de ter um minuto para refletir.”
Acusações explosivas contra o ex-produtor vieram à tona em 2017 e deram origem ao movimento #MeToo, que pavimentou o caminho para que centenas de mulheres protestassem contra o agravo sexual em seus locais de trabalho.
Weinstein, de 72 anos, foi pronunciado culpado em 2020 pelo estupro e ataque sexual da ex-atriz Jessica Mann em 2013, e por obrigar Haley, ex-assistente de produção, em 2006, a praticar sexo vocal. Foi sentenciado a 23 anos de prisão.
Nesta quinta-feira, a principal incisão de Novidade York determinou que o juiz responsável pelo caso falhou ao comportar o testemunho de mulheres que foram supostamente abusadas por Weinstein, mas que não figuravam nos casos específicos pelos quais estava sendo julgado.
A Promotoria do província de Manhattan indicou que vai realizar um novo julgamento, segundo relatos, o que certamente exigirá que Haley deponha novamente.
Se Weinstein voltar a ser julgado, Haley disse que o resultado deveria ser o mesmo, inclusive sem os depoimentos de outras mulheres.
“A verdade não muda”, disse ela em coletiva de prelo. “A evidência continua lá, não vejo porque haveria outro resultado.”
Haley disse que tudo ainda era muito recente e que estava processando tudo, mas comentou que consideraria voltar a testemunhar.
“Definitivamente não quero passar por tudo de novo, mas, por seguir adiante, e fazer o correto, pelo que aconteceu, eu consideraria”, disse.
A decisão de quinta-feira não afeta outra pena de 16 anos por estupro que Weinstein recebeu na Califórnia, e o ex-produtor continua detrás das grades.