Incêndio em abrigo deixa 10 mortos em Porto Alegre

SILVIO AVILA

Incêndio em Porto Satisfeito em 26 de abril de 2024

SILVIO AVILA

Dez pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um incêndio ocorrido na madrugada desta sexta-feira (26) em uma pousada que funcionava uma vez que abrigo para pessoas sem teto em Porto Satisfeito, informaram autoridades.

“Foram confirmadas dez vítimas e o sítio funcionava de forma irregular”, indicou o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul. Legistas trabalham no sítio para identificar os mortos, acrescentou.

O governador Eduardo Leite disse na plataforma X estar profundamente prostrado pela tragédia e indicou que as autoridades trabalham na identificação das causas do incêndio.

Quinze pessoas resgatadas foram atendidas em dois hospitais da região, quase a metade delas por inalação de fumaça, segundo a Prefeitura de Porto Satisfeito. No termo do dia, sete pessoas continuavam internadas, duas delas em estado grave.

O diretor da Resguardo Social de Porto Satisfeito, Evaldo Rodrigues de Oliveira, disse à Rede Orbe que o incêndio pode ter sido provocado.

“Foi muito rápido, gritaram ‘lume!’ e o lume estava dois quartos ao lado do meu”, contou ao portal G1 um morador do abrigo, que não se identificou. Os bombeiros chegaram ao sítio por volta das 2h e conseguiram controlar as chamas por volta das 5h.

“Com tristeza e preocupação, soube da morte de ao menos 10 pessoas em incêndio em uma pousada de Porto Satisfeito”, escreveu na rede social X o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas.

O prédio, de três andares, foi parcialmente destruído, constatou a AFP. Seus ocupantes foram autorizados a retirar alguns pertences do sítio.

O prefeito de Porto Satisfeito, Sebastião Melo, decretou três dias de luto solene. Em entrevista coletiva, anunciou uma força-tarefa para vistoriar outros locais usados pelo governo sítio para homiziar sem-teto.

– Tragédia anunciada –

Evaldo de Oliveira disse que uma equipe avaliava os danos causados à estrutura do imóvel, que pertence a uma rede de pousadas populares da capital gaúcha.

As autoridades municipais permitiram que outras pessoas que moravam no prédio retirassem alguns pertences e fossem levadas para outros abrigos.

Segundo os bombeiros, a pousada não possuía alvará de funcionamento nem projecto de prevenção contra incêndios.

O deputado estadual Matheus Gomes (Psol) afirmou que o estabelecimento recebe recursos da Prefeitura, apesar de existirem denúncias de “irregularidades” há anos.

“É preciso investigar não só o incêndio, mas toda a trama de uma tragédia anunciada”, afirmou ele no X.

Em 2013, um incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos. A maioria das vítimas morreu asfixiada pela fumaça tóxica emitida pelo material inflamável da cobertura do sítio, que não tinha extintores funcionando e contava com somente duas portas de saída para a poviléu, segundo a investigação.

Quase nove anos depois, a Justiça condenou a penas de entre 18 e 22 anos de prisão os quatro acusados pela catástrofe, mas as sentenças foram anuladas posteriormente.

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