
Republicanos acusam uso político da visita de Zelensky à Casa Branca em plena corrida eleitoral
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou à Lar Branca nesta quinta-feira para apresentar ao presidente dos EUA, Joe Biden, e à vice-presidente e candidata à Presidência, Kamala Harris, o que acredita ser o “projecto de vitória” definitivo para derrotar a Rússia. Porém, a 40 dias da eleição presidencial no país, a visitante foi chamada de eleitoreira pela oposição republicana, e o ex-presidente Donald Trump destinou palavras duras sobre a guerra.
Com ofensivas russas avançando a passos largos no leste, Zelensky serpente mais pressa de seus aliados no fornecimento de armas e equipamentos militares, além da permissão para atingir alvos russos distantes da fronteira. Em seu exposição na Câmara-Universal da ONU, na quarta-feira, disse que Moscou planejava guerrear suas usinas nucleares e criticou uma proposta de sossego, defendida por China e Brasil, que quer levar ao início de negociações entre Kiev e Moscou rumo a um cessar-fogo.
Lar Branca anuncia novo pacote de ajuda militar
Antes do encontro, a Lar Branca anunciou, em expedido, a liberação de quase US$ 8 bilhões em ajuda militar, incluindo sistemas de resguardo Patriot, usados para moderar os ataques aéreos russos, além de munições e treinamento para menear os caças F-16, dos quais uso foi autorizado por Washington.
“Por quase três anos, os Estados Unidos reuniram o mundo para permanecer ao lado do povo da Ucrânia enquanto eles defendem sua liberdade da agressão russa, e tem sido uma das principais prioridades da minha Gestão fornecer à Ucrânia o esteio de que ela precisa para prevalecer”, afirmou Biden, em expedido.
“Nesse período, a Ucrânia venceu a guerra de Kiev, recuperou mais da metade do território que a Rússia tomou no início da guerra e protegeu sua soberania e independência. Mas há mais trabalho a ser feito”, disse ele.
Diante dos jornalistas e ao lado de Zelensky, na Lar Branca, Biden reiterou que, para ele, “a Rússia não vencerá”. “A Ucrânia vencerá e continuaremos a apoiá-los em cada passo do caminho”, afirmou o presidente americano.
Republicanos endurecem críticas a Zelensky e Biden
Segundo a prensa americana, o líder da Ucrânia deve apresentar a Biden e Kamala o que considera ser um “projecto de vitória” para derrotar as forças russas, no momento em que a guerra se aproxima de milénio dias. Porém, aponta o Wall Street Journal, a proposta não traz grandes novidades, e se taxa pela pressão sobre Biden para que libere o uso de armas ocidentais em ataques mais profundos em território russo, um tanto que a Lar Branca não parece disposta a fazer a pequeno prazo.
Mais do que buscar mais esteio a seus esforços de guerra, Zelensky também chega à capital americana em procura de sinais sobre o porvir: mais especificamente, sobre o que acontecerá depois a eleição presidencial de novembro. E as perspectivas, assim uma vez que o resultado da disputa entre Kamala e Trump, estão longe de serem claras.
O campo republicano está cada vez mais avesso a manter a bilionária ajuda militar a Kiev, e Trump tem repetido que, caso seja eleito, vai colocar um ponto final à guerra antes mesmo de ser empossado. Para Zelensky e seus assessores, as falas acendem sinais de alerta para o risco do ex-presidente concordar os argumentos do líder russo, Vladimir Putin, para gelar o conflito nas atuais linhas antes de dar início a negociações de sossego.
“Qualquer harmonia, o pior harmonia, teria sido melhor do que o que temos agora. Se eles [Ucrânia] tivessem feito um harmonia ruim, teria sido muito melhor. Eles teriam desistido um pouco e todo mundo estaria vivendo e cada prédio seria construído e cada torre envelheceria por mais 2.000 anos”, disse Trump, em exposição de campanha na Carolina do Setentrião, na quarta-feira.
“Que harmonia podemos fazer? Está tudo demolido. As pessoas estão mortas. O país está em escombros”, completou o ex-presidente.
Além de criticar Biden por fornecer bilhões em ajuda a Kiev, “uma vez que nenhum país viu antes”, Trump também expressou insatisfação com alguns comentários de Zelensky à revista New Yorker, nos quais chamou o vice republicano, J.D. Vance, de “radical demais”, e afirmou que o ex-presidente “não sabe realmente uma vez que parar a guerra”.
“É um tanto sobre o qual precisamos ter uma conversa rápida porque o presidente da Ucrânia está em nosso país e está fazendo pequenas insinuações desagradáveis em relação ao seu presidente predilecto, eu”, afirmou Trump na Carolina do Setentrião.
Pressão republicana aumenta com críticas a Zelensky
Trump não foi a única voz no partido a criticar Zelensky. “Seria recomendável que ele ficasse fora da política americana”, disse ao portal Politico o senador John Thune, atualmente o vice-líder da minoria. “Zelensky e Vance têm suas diferenças em algumas questões, mas não é lugar dele litigar isso cá no meio de uma eleição americana.”
John Cornyn, que pendência pelo posto da liderança republicana no Senado, disse, também ao Politico, que as falas de Zelensky “simplesmente não são muito inteligentes”, e que “a Ucrânia precisa de todos os amigos que puder ter” no momento.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara, Mike Johnson, defendeu a remoção da embaixadora ucraniana nos EUA por justificação de uma visitante de Zelensky a uma fábrica de armas na Pensilvânia, um dos sete estados que devem sentenciar as eleições de novembro, no domingo. Na ocasião, o presidente da Ucrânia estava escoltado por vários políticos democratas e chegou a assinar munições de artilharia, um tanto que, para Johnson, teve simples intuito eleitoral.
“A visitante foi claramente um evento de campanha partidária projetado para ajudar os democratas, e é claramente uma interferência eleitoral”, escreveu Johnson em uma missiva a Zelensky, na qual defendeu a saída da embaixadora Oksana Markarova. Kiev ainda não respondeu, e o Tropa afirmou, em nota à Associated Press, que não houve irregularidade, e que é geral visitas do tipo contarem com a presença de políticos locais.
A Lar Branca disse que a visitante foi iniciativa dos próprios ucranianos, rejeitando a versão de que teria sido um ato político. Antes de ir à Lar Branca, Zelensky esteve no Capitólio, mas as principais lideranças republicanas não se esforçaram para recebê-lo, incluindo Mike Johnson. Tampouco há previsão de um encontro com Donald Trump, o que, para analistas, pode estar por trás dos comentários raivosos do ex-presidente.