Trauma da guerra persegue soldados israelenses feridos em Gaza

Sharon ARANOWICZ

Barak, um soldado israelense ferido em Gaza, desenha na leito do hospital Ichilov em Tel Aviv, 22 de julho de 2024

Sharon ARANOWICZ

Quando uma granada destroçou sua perna durante uma missão de resgate de um refém em Gaza, o soldado israelense Barak pensou em suicídio para evitar ser sequestrado pelos combatentes palestinos.

Agora, seguro em um hospital em Tel Aviv, é a explosão da granada que ainda o assombra meses depois.

“Ela explodiu muito ao meu lado”, explica à AFP o soldado de 32 anos, oriundo de Acre, no setentrião de Israel.

Barak, que não quer revelar seu sobrenome para manter a privacidade, foi ferido em dezembro no núcleo da Fita de Gaza.

Assim uma vez que muitos soldados israelenses enviados a Gaza, ele não só luta contra doenças físicas, mas também psicológicas.

“Tudo se resume a essa grande explosão que leva você (…) de estar completamente em forma a permanecer assolado e prestes a morrer”, confessa.

“Você ouve, sente o cheiro do chumbo”, diz ele, descrevendo os pesadelos recorrentes que sofreu desde logo.

Ele também lançou uma granada contra combatentes palestinos que atiraram nele.

Barak não conseguiu saber a revólver para tirar a própria vida. A perda de sangue o fez desmaiar e combinar somente sete dias depois.

Os pesadelos são intensificados pelo zumbido persistente nos ouvidos. É uma vez que estar “em choque o tempo todo”, explica ele.

– Sequelas de anos –

Einav Ben Hur, gerente dos serviços sociais em Tel Aviv no Ministério da Resguardo de Israel, viu o número de casos semelhantes disparar desde o início da guerra em Gaza.

“É importante proporcionar tratamento porque sabemos que esses sintomas podem continuar por anos”, afirma.

Em muitos casos, “os soldados não lembram do que viveram, recordam (um pouco uma vez que) um cheiro”, um rumor ou uma imagem”, explica.

Do seu escritório em Tel Aviv, ela coordena o tratamento psicológico dos soldados.

“Isso é secção dos danos causados pela guerra”, diz. “A guerra fere a psique. Não creio que o tropa possa evitar”, acrescenta.

O Núcleo de Traumatismo e Resiliência de Israel, que administra uma risca de pedestal à saúde mental para o Ministério da Resguardo, recebeu inúmeras ligações de soldados e suas famílias desde o início do confronto em 7 de outubro.

Ben Hur diz que os soldados que perderam companheiros são os mais afetados. As unidades onde as pessoas morreram “são onde há o maior traumatismo”.

“Sabemos que os soldados tiveram que juntar os pedaços dos amigos” que voaram pelo ar, explica.

“Ver um morto (…) com falta de órgãos, cheiro de morte, isso é o que dizem que é muito difícil para eles”, continua.

– “Só quero viver” –

Saar Ram, um reservista que liderava uma unidade de tanques em Gaza, sofreu uma fratura no crânio durante uma emboscada de combatentes islamistas que saíram de um túnel.

Sua memória mais vívida desse dia é o que aconteceu com seus amigos.

“Depois fui lá ver os tanques, os tanques queimados (…) houveram amigos meus que morreram lá, mas esta imagem do tanque, do tanque queimado, é um pouco que nunca esquecerei”, disse à AFP.

Ainda que Ben Hur, a diretora dos serviços sociais, não tenha mencionado matar pessoas uma vez que manancial de traumatismo, Barak, recatado em sua experiência, garante que isso pesa.

“Não se pode manter o estabilidade se você mata alguém. Não importa se a razão é correta ou não”, diz.

“Não tenho ambições na vida agora, absolutamente zero (…) só quero viver.”

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