Rio Negro está a menos de dois metros de seca histórica no Amazonas
O Rio Preto, no Amazonas, está a menos de dois metros de sua seca histórica. Na manhã de hoje, segundo a mensuração realizada pelo Porto de Manaus, o nível do rio marcava 14,30, unicamente um metro e sessenta centímetros a menos do que a menor marca já registrada, de 12,70, em outubro de 2023.
Só em setembro, o rio já “vazou” 5,70 metros. Seguindo esse ritmo, marca negativa deve ser batida entre os dias 1 e 2 de outubro. Em 2023, o recorde foi registrado no dia 26 de outubro.
Seca muda a paisagem
O movimento de seca pelo qual atravessa o Rio Preto, no Amazonas, muda a paisagem e dificulta a vida da população amazonense que depende do rio.
Imagens feitas pelo portal Manaus Turismo e cedidas à CNN mostram um trecho do Rio Preto sem chuva. A seca fica ainda mais evidente se comparada com o período de enxurro do rio.
Inferior, um comparativo de fotos registradas no mesmo ponto. À esquerda, no dia 20/06/2024, durante a enxurro. À direita, no dia 19/09/2024, já no período de vazante do rio. Veja:
A crise hídrica que o Brasil enfrenta atualmente não deve apresentar melhoras significativas até o final do próximo ano, segundo o crítico de Clima e Meio Envolvente, Pedro Côrtes.
Côrtes afirmou: “Eu não acredito que a crise melhore para o final do próximo ano. Pelo menos isso deve persistir, ainda principalmente com a ingressão do evento La Niña, que deve ocorrer agora no final de outubro”. Segundo o crítico, essa exigência climática pode afetar negativamente os níveis dos reservatórios até, pelo menos, meados de 2024.
Impacto no sistema energético
A persistência da crise hídrica levanta questões sobre a capacidade do sistema energético brasílio de atender à demanda, mormente nos horários de pico. Nesse contexto, a discussão sobre a provável volta do horário de verão ganha relevância uma vez que uma medida para reduzir o consumo de vigor.
Sobre o tema, Côrtes comentou: “Quando a gente estende o horário de trabalho, a gente ganha esse horário suplementar, a gente usa mais a iluminação procedente. Logo, as pessoas chegam em mansão, não precisa atear a luz, ou mesmo os escritórios não precisam atear a luz, tantas luzes porque tem iluminação do dia”.
Embora o profissional reconheça que a economia de vigor proporcionada pelo horário de verão seja proporcionalmente menor do que no pretérito, ele enfatiza a valor de cada pequena redução no consumo: “Hoje nós estamos contando os centavos, e cada centavo importa”.
A possibilidade de implementação do horário de verão continua em estudo pelo governo, que considera diversos fatores, incluindo o impacto na demanda de vigor e as projeções para a situação hídrica nos próximos meses. A decisão final dependerá da evolução do cenário energético e climatológico do país.
