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Líder da bancada ruralista promete projeto para anistiar Bolsonaro
Lupion considera Lira “primeiro-ministro” e quem comanda a taxa do país e o orçamento.
O deputado Pedro Lupion (PP-PR), líder da bancada ruralista no Congresso, defende a aprovação de um projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para que o ex-mandatário, que está inelegível até 2030
, possa concorrer às eleições presidenciais de 2026.
Lupion diz que as chances do projeto ser validado são grandes, e que o presidente Lula “dá motivos todos os dias para a direita voltar ao poder”.
“Vamos trabalhar para isso. Eu não sei porquê os partidos do centrão vão reagir, mas os parlamentares sobre os quais eu tenho influência, vou trabalhar para que ele possa ser validado”, afirmou em entrevista à poste de Andreza Matais, do UOL.
Lupion diz que o projeto ainda não tem data para ser apresentado. “A eleição é só em 2026. Acho que é justo ele ter condições de disputar as eleições. Se Bolsonaro não for candidato, acho que é justo o governador Tarcísio, o governador Ronaldo Caiado [Goiás], o Ratinho Jr [Paraná], a Tereza Cristina [senadora]. Nenhum deles vai enfrentar o outro. Será tudo uma grande constituição”, disse o parlamentar.
O deputado lidera uma bancada com 350 deputados (de um totalidade de 513) e 50 senadores (de 81). Segundo o parlamentar, em um ano e meio, ele só esteve duas vezes com o ministro Alexandre Padilha, que faz a fala política do governo.
Lupion, no entanto, não vê urgência de diálogo com o ministro porque, para ele, é Arthur Lira (PP-AL), que é o “primeiro-ministro” e comanda a taxa do país e o orçamento.
Leilão do arroz
Em relação à controvérsia sobre o leilão de arroz
importado, cancelado pelo governo devido a alegações de “falcatrua”, conforme descrito por Lula, Lupion sugere que persistir com a discussão só pode ser explicado por “qualquer interesse escuso por trás disso, só pode ser. Não vejo justificativa nenhuma para isso.”
“Existe uma resistência de vários deputados em assinar com o argumento de que o leilão foi cancelado. Acham que a CPI teria perdido o objeto. Eu discordo. O cancelamento do leilão e as demissões que ocorreram apontam que houve qualquer malfeito e justifica uma CPI. É um período complicado, de recesso, eleições, a gente precisaria de uma fala política muito grande para ser instalada. Vamos ver”, disse o deputado à poste quando perguntado sobre a possibilidade de uma CPI para apurar o leilão do arroz.
Sobre um provável segundo leilão, Lupion diz: “Estamos alertando. Dissemos ao ministro [Carlos] Fávaro que não deveria ser feito. Para fazer um novo leilão depois de todo o problema que teve esse, é porque tem um interesse muito grande por trás disso. Não posso enxergar outra coisa. Precisamos entender de onde vem todo esse interesse, qual a sanha para comprar esse arroz. Uma CPI pode investigar se é quantia para campanha”.
O deputado diz ainda que concorda com o presidente João Martins, da CNA, que já afirmou que o governo Lula é um “desgoverno”.
‘É um desgoverno no sentido em que não é provável que o presidente da República e o ministro da Economia não se conversem, que não tenha um tipo de fala mínima dentro do governo de um ajudar o outro e tentar negociar pautas. É um monte de gente batendo cabeça”, afirma o parlamentar.
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