Waack: Reunião dos Brics está saindo cara para o Brasil
O varão poderoso da China, o presidente Xi Jinping, disse hoje, no fechamento da cúpula dos países dos Brics, em Kazan, sul da Rússia, que “é melhor ninguém colocar gasolina no lume”. Mas era exatamente o que acontecia no momento em que Xi Jinping discursava.
Os Estados Unidos revelaram o envio de tropas da Coreia do Setentrião para a Rússia, para ajudar na guerra da Ucrânia. E a Coreia do Setentrião é o único país com o qual a China tem um tratado de associação.
Ainda não está muito simples o que exatamente os soldados norte-coreanos vão fazer na guerra da Ucrânia, mas já ficou evidente a imensa saia-justa criada, não só para a China — enfim, ela controla ou não a Coreia do Setentrião? —, mas também para a própria reunião dos Brics, na qual alguns países, uma vez que Índia e Brasil, preferem focar em questões econômicas e financeiras, com preocupações voltadas para a silêncio.
Sem falar sobre a agressão russa à Ucrânia, da qual a China é uma parceira indireta, ao mesmo tempo em que tenta se apresentar uma vez que uma força de mediação.
A presença de soldados da Coreia do Setentrião numa guerra na Europa expande muito a possibilidade de ampliação do conflito na Ásia, já que agora a Coreia do Sul, que quer ajudar a Ucrânia, acabou de assinar uma associação de segurança com os Estados Unidos e o Japão. Essa associação é vista pela China uma vez que a “Otan da Ásia”.
Em outras palavras, os conflitos estão aumentando, e não diminuindo. E tudo isso ocorre enquanto se aguarda a retaliação de Israel ao ataque de mísseis que sofreu recentemente por secção do Irã, outro importante coligado da China e da Rússia.
Porquê conjunto, levado por China e Rússia, os Brics estão sendo arrastados para um jogo no qual o Brasil zero tem a lucrar.