Juros ainda mais altos vão encarecer crédito, afirma economista à CNN
O Banco Medial do Brasil (BC) sinalizou a possibilidade de exaltar a taxa básica de juros, a Selic, caso seja necessário para moderar a inflação. Tatiana Pinho, economista-chefe da Galapagos Capital, em entrevista ao CNN Prime Time, afirmou que um provável aumento na taxa Selic teria consequências em diversos setores da economia.
“Rendimento mais basta é crédito mais custoso, porque a taxa base de todas as operações de crédito é a Selic”, explicou a economista. “Isso afetaria tanto o crédito para pessoas físicas quanto para empresas.”
A construção social e a indústria também seriam impactadas, com investimentos se tornando mais caros e projetos sendo reavaliados.
A economista alertou, no entanto, que os efeitos de um provável aumento de juros não seriam imediatos.
“O efeito dessa subida de juros na economia, seja a construção social, seja o crédito das famílias para comprar um carruagem, uma moradia, esses efeitos acontecem gradualmente no tempo”, explicou.
Tatiana Pinho também explicou os motivos que poderiam levar o BC a aumentar os juros.
“O que justifica que o Banco Medial tem ponderado para essa possibilidade de subida de juros é a desancoragem das expectativas de inflação”, afirmou.
Segundo Pinho, as expectativas de inflação para os próximos anos estão supra da meta de 3%, chegando a quase um ponto percentual de diferença para 2025.
Aliás, o aquecimento da economia e do mercado de trabalho são fatores que podem gerar pressões inflacionárias no horizonte.
Cenário ainda incerto
Pinho ressaltou que a decisão sobre o aumento dos juros ainda não é certa e dependerá de diversos fatores econômicos, tanto nacionais, quanto internacionais.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para os dias 17 e 18 de setembro, quando será definido o rumo da taxa Selic.
A economista também destacou a valor de indicadores econômicos dos Estados Unidos, porquê inflação e mercado de trabalho, que influenciarão as decisões do Federalista Reserve (Fed) e, consequentemente, a política monetária brasileira.