No G20, Brasil reafirma compromisso de combate ao racismo – ac24horas.com

O Brasil reafirmou o compromisso com o combate ao racismo e às desigualdades raciais, durante reunião do G20, nesta terça-feira (23), no Rio de Janeiro. “No momento em que, lamentavelmente, presenciamos manifestações de racismo e discriminação, inclusive no esporte, o Brasil segue comprometido em promover a paridade étnico-racial, que é não unicamente um objetivo transcendente, mas um imperativo para erigir um mundo mais justo, inclusive sustentável”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em seu oração de fenda da segunda sessão Combate às Desigualdades e Cooperação Trilateral, da Reunião Ministerial de Desenvolvimento.

A ministra da Paridade Racial, Anielle Franco, que também participa do tela de discussão, reforçou que o combate ao racismo e às demais desigualdades devem ser compromisso não unicamente do Brasil, mas mundial: “Sabemos também que resolver um problema sistêmico, estrutural e histórico não é tarefa unicamente para um único ministério ou sequer um único país”.

Ambos os ministros destacaram a valia do compromisso assumido pelo Brasil em relação à questão. Em oração na Câmara Universal da ONU em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a geração voluntária do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18, com o objetivo de depreender a paridade étnico-racial na sociedade brasileira.

Os ODS são uma agenda mundial para concluir com a pobreza e as desigualdades. Eles foram pactuados pelos 193 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e devem ser cumpridos até 2030. Ao todo, são 17 ODS. Lula propôs nacionalmente que se persiga também um 18ª objetivo em procura de paridade étnico-racial.

Combate à pobreza e à lazeira

Vieira reforçou que a erradicação da pobreza é prioridade absoluta para o Brasil, mas que, em todo o mundo, esse objetivo ainda está distante. “Em 2023, chegamos à metade do período da Agenda 2030, ainda distantes do cumprimento daquilo que foi acordado pelos países membros da ONU. Não só estamos atrasados, porquê até recuamos na concepção de muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, porquê a erradicação da pobreza e da lazeira”, afirmou.

E complementou: “O mundo está cada vez mais desigual. O 1% mais rico do mundo ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020, segundo dados da Oxfam. Os 10% mais ricos são responsáveis por metade das emissões de carbono no planeta. Em 2020, vimos um aumento da desigualdade global pela primeira vez em décadas, com um incremento de 0,7% do índice de Gini Global”. O chamado índice de Gini é um instrumento para medir o intensidade de concentração de renda.

Segundo Franco, o compromisso global precisa ser reforçado e é preciso que as nações de trajo se esforcem para erradicar a pobreza. “As palavras com as quais nos comprometemos hoje não são, na sua maioria, ideias absolutamente inovadoras. Na verdade, são anseios históricos pela garantia da vida digna e da oportunidade de se viver muito, que deveriam ser condições básicas e óbvias, mas que foram transformadas ao longo do tempo em luxos e privilégios”, disse a ministra.

“O que se espera de novidade é que nossos países sejam capazes de agir com velocidade e firmeza, com a qual estamos comprometendo para que possamos passar detrás de tempo perdido”, destacou.

Associação Global

A reunião do G20 começou nessa segunda-feira (22). Ao longo da semana está prevista uma série de eventos no contexto do G20.

Nesta quarta-feira (24), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será realizado o pré-lançamento da Associação Global contra a Rafa e a Pobreza, uma das prioridades da presidência brasileira do G20.

Franco mencionou também a Agenda de Enfrentamento à Rafa e à Pobreza com foco em mulheres negras, que será oficialmente lançada, no dia seguinte, dia 25. A ministra antecipou que o programa contará com cinco grandes metas, 26 ações e mais de R$ 330 milhões investidos em políticas públicas com oriente objetivo.

G20

O G20 é constituído por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Uno e Estados Unidos, além da União Europeia.

Os membros do G20 representam murado de 85% do Resultado Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) global, mais de 75% do negócio global e murado de dois terços da população mundial.

Desde 2008, os países revezam-se na presidência. Esta é a primeira vez que o Brasil preside o G20 no atual formato.

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