
Moro para Moro: teje preso!
Moro para Moro: teje recluso!
Eu julgava que, posteriormente a desmoralização da República de Curitiba, não seria necessário enfrentar novamente a desastrada e criminosa Operação Lava Jato. Com o julgamento da parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro,
muito uma vez que com a enunciação de incompetência da 13ª Vara Federalista de Curitiba e a consequente anulação de vários processos, o logo rei do Judiciário
ficou nu. Ocorre que, com a comemoração dos 10 anos da malfadada Operação, os holofotes se voltaram outra vez para a estudo dos erros, dos crimes e dos acordos lamentáveis feitos pelo grupo que coordenou “o maior escândalo judicial da nossa história” e que “terminou uma vez que uma verdadeira organizadora criminosa”
, nas palavras abalizadas do ministro do Supremo Tribunal Gilmar Mendes.
O relatório apresentado pelo ministro Salomão, corregedor do CNJ, sobre o que ocorreu na tristemente famosa República de Curitiba foi avassalador. O documento aponta “hipótese criminal”
de ramal de verba público com o suposto envolvimento dos líderes do que seria, nas palavras do ministro Gilmar, uma verdadeira organização criminosa. E apresenta, oportunidade e claramente, uma vez que responsáveis os nomes do ex-magistrado Sérgio Moro, do ex-procurador da República Deltan Dallagnol e de outros membros do Judiciário e integrantes da força-tarefa.
Ao falar em “gestão caótica”
levada a cabo nos processos coordenados pela República de Curitiba, o documento desnuda a pronunciação, inclusive com o auxílio de “autoridades americanas,” e a teratológica geração de uma instauração privada de, no início, 2 bilhões de reais. Tudo sob a supervisão da juíza que substituiu Sérgio Moro, a Dra. Gabriela Hardt.
Por muito menos, por fatos infinitamente menos graves, se apresentados aos logo responsáveis pela Lava Jato, o Deltan e seus comparsas, teriam pedido a prisão de todos: dele, do Moro, da Gabriela e dos outros membros da força-tarefa. E o logo juiz heroico, por conformidade, teria determinado a custódia preventiva dele próprio e dos demais. Talvez até, num enredo surrealista, forçassem eles próprios a uma delação. Seria cômico, não fosse trágico. Parafraseando o poeta baiano: “A vida dá, nega e tira”.
Não podemos olvidar: o que gestou o governo do fascista Bolsonaro foi exatamente a Operação Lava Jato. Em um exemplo acadêmico de prevaricação, o ex-magistrado Sérgio Moro determinou a prisão do potencial candidato à Presidência que estava em primeiro lugar nas pesquisas, Lula da Silva, e deixou sincero o caminho para a vitória de Jair Bolsonaro. É importante registrar que, em simples jogo que evidencia a trama de poder, Moro foi recompensado com o função de ministro da Justiça tão logo Bolsonaro ganhou. As tratativas para receber a paga ocorreram ainda com o logo juiz com a toga nos ombros. Um escândalo. A confirmação de tudo que eu falei país afora em centenas de palestra, debates e artigos.
Mas, repito, a Lava Jato não acabou. O Brasil tem que se respeitar. Só venceremos esse cancro definitivamente com a responsabilização, inclusive criminal, de todos os que instrumentalizaram o Judiciário e o Ministério Público, com o auxílio luxuoso da grande mídia. Inclusive dos advogados que eram usados uma vez que força facilitar. Porquê eu já dizia, desde os primórdios da Operação, tudo era um jogo de poder e eles acreditaram, por serem indigentes intelectuais, que realmente eram heróis e semideuses.
Lembrando-nos do grande Pessoa, na pessoa de Álvaro de Campos, no imortal Poema em risca reta: “Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo”.
Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay