Israel e Hamas, 200 dias de guerra sem sinais de trégua
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A guerra entre Israel e Hamas em Gaza completou 200 dias nesta terça-feira (23), sem sinais de que uma trégua estaria próxima, nem de que o movimento islamista estaria disposto a libertar os reféns ou de que Israel desistiria de uma operação terrestre em Rafah, sul do território palestino.
Nas últimas 24 horas, os bombardeios israelenses mataram 32 palestinos, segundo o Ministério da Saúde da Tira de Gaza, governada pelo Hamas, o que eleva o balanço totalidade desde o início do conflito a 34.183 mortos, a grande maioria civis.
O Tropa israelense bombardeou o meio da Tira na madrugada desta terça-feira e atingiu uma espaço próxima ao campo de refugiados de Bureij e ao campo de Nuseirat, segundo um correspondente da AFP.
As tropas de Israel anunciaram que bombardearam várias posições do Hamas no sul da Tira de Gaza e que seus aviões atacaram “25 alvos” durante a noite, incluindo postos de reparo militar.
O conflito começou em 7 de outubro, com uma irrupção de milicianos islamistas que assassinaram 1.170 pessoas no sul de Israel e sequestraram 250, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Depois uma troca de reféns por presos palestinos durante uma trégua de uma semana no término de novembro, 129 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 34 que teriam sido mortas, segundo as autoridades israelenses.
– “O mundo parou” –
A ministra alemãs das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, voltou a pedir a libertação dos reféns. “Durante 200 dias, o mundo parou para suas famílias […] Enquanto os reféns não forem libertados, não vamos resfolgar. Somente quando retornarem para suas casas, haverá uma chance para sossego”, escreveu na rede social X.
O Sondar, que atua uma vez que mediador, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, para conseguir uma trégua e a libertação dos reféns, afirmou que os representantes do Hamas permanecerão em Doha enquanto sua presença for “útil e positiva” para o progressão das negociações.
O primeiro-ministro catari, Mohamed ben Abdelrahmane Al Thani, declarou na semana passada que o país estava fazendo uma “reavaliação global do seu papel” uma vez que mediador, o que alimentou as especulações de que o Hamas, que tem seu gabinete político no Sondar desde 2012, poderia desistir o emirado.
As negociações se encontram estagnadas e as duas partes trocam acusações sobre a responsabilidade pelo bloqueio.
Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta uma pressão crescente para obter a libertação dos reféns. Na segunda-feira à noite, coincidindo com o início da Páscoa judaica, centenas de manifestantes protestaram diante de sua residência, na zona setentrião de Tel Aviv.
– Ofensiva em Rafah? –
Os quase 2,4 milhões de habitantes de Gaza, cercada pelas tropas israelense, enfrentam o risco de penúria, segundo a ONU, que exige o envio de mais ajuda humanitária.
Quase 200 corpos foram encontrados na segunda-feira em valas comuns cavadas nas dependências do hospital Nasser de Khan Yunis, que, assim uma vez que outros centros médicos de Gaza, foi meta de operações do Tropa israelense, que alega que estes locais são usados uma vez que bases pelo Hamas.
Netanyahu prometeu que vai prosseguir com a ofensiva contra Rafah, uma cidade na fronteira com o Egito que, segundo as autoridades israelenses, é o último grande reduto do Hamas.
A comunidade internacional levantou a sua voz contra esta ofensiva terrestre, por temer uma catástrofe humanitária em uma cidade que abriga 1,5 milhão de pessoas, a grande maioria deslocadas de outras áreas de Gaza pela guerra.
Segundo autoridades egípcias citadas pelo jornal americano Wall Street Journal, Israel planeja transferir os civis de Rafah para Khan Yunis, onde pretende montar tendas e centros de distribuição de víveres.
A retirada de civis demoraria entre duas e três semanas e aconteceria em uma coordenação com Estados Unidos, Egito e outros países árabes, uma vez que os Emirados Árabes Unidos, segundo as fontes egípcias.
O Senado americano examina a partir desta terça-feira um pacote de ajuda aos seus aliados, incluindo Israel, que poderá ser ratificado ainda esta semana. O projecto prevê 13 bilhões de dólares em ajuda militar para Israel e mais de 9 bilhões de dólares em ajuda humanitária para Gaza.
A violência também aumentou na fronteira de Israel com o Líbano, entre o Tropa e o movimento xiita libanês Hezbollah, coligado do Hamas, que nesta terça-feira anunciou ter atacado duas posições militares no setentrião de Israel com drones, “em resposta” à morte de um de seus integrantes durante um bombardeio israelense no sul do Líbano.