
Ibovespa recua após sequência de recordes e dólar passa de R$ 5,55 com expectativa por juros nos EUA
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recua nesta quinta-feira (22) depois uma sequência de recordes, com investidores realizando secção dos lucros mais recentes, enquanto o dólar reverte as perdas da semana e ultrapassa os R$ 5,50. Movimento segue em risco com a força da lema norte-americana no exterior, que abriu uma sessão com investidores analisando os novos dados econômicos em procura de sinais sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.
Na quarta-feira (21), o Federalista Reserve (Fed, banco mediano dos EUA), divulgou a ata da reunião referente ao mês de julho, quando decidiram manter os juros no patamar entre 5,25% e 5,5%, em tom de mais flexibilidade e abrindo a porta para um incisão na reunião de 17 e 18 de setembro, porquê esperado pelo mercado.
Às 14h10, o Ibovespa recuava 0,94%, a 135.177,76 pontos. Na última sessão, o principal índice da bolsa brasileira encerrou na maior subida histórica pelo terceiro dia seguido, com um lucro de 0,28%, cravando os 136.463 pontos.
Apesar da retração no dia, o índice acumula valorização de 1,55% na semana e de 6,56% no mês de agosto. O volume médio negociado nos últimos 20 dias atingiu R$ 925,3 milhões.
No mesmo horário, o dólar subia 1,36%, cotado a R$ 5,559. A moeda norte-americana reverte parcialmente as perdas da semana, na qual acumula valorização de 1,5%. No entanto, no amontoado do mês de agosto, o dólar ainda registra queda de 1,79% frente ao real.
Cenário internacional
Mais uma vez os negócios são permeados pela expectativa quanto ao porvir da política monetária dos Estados Unidos.
Pela manhã, o Departamento de Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiu para 232.000 na semana encerrada em 17 de agosto, perante 228.000 pedidos revisados para cima na semana anterior.
O resultado reforçou o argumento de que há um esfriamento do mercado de trabalho norte-americano, com operadores elevando as apostas de um incisão de 25 pontos-base dos juros na reunião de setembro Federalista Reserve — e não de 50 pontos-base, porquê chegou a ser precificado.
Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries tinham ganhos firmes em todos os vencimentos, enquanto os índices de ações em Wall Street rondavam a segurança.
Cenário pátrio
No Brasil, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) acompanhavam os Treasuries, mostrando altas firmes. Os contratos precificavam neste início de tarde 85% de verosimilhança de o Banco Medial solevar a Selic em 25 pontos-base em setembro e 15% de chances de manutenção em 10,50%.
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, alertou pela manhã que se os movimentos de expectativas de inflação e de taxa de câmbio se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão incorporados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Outrossim, o Banco Medial (BC) vendeu todos os 12 milénio contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.