
Carlos Nobre à CNN após sobrevoar Amazônia com Biden: “Mostrei desmatamentos e incêndios“
O climatologista brasiliano Carlos Sublime concedeu uma entrevista exclusiva à CNN Brasil relatando sua experiência ao sobrevoar por 25 minutos a floresta amazônica com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, neste domingo (17). Sublime, que é presidente do tela científico para a Amazônia, foi o único brasiliano a escoltar Biden nesta visitante histórica à região amazônica brasileira.
Segundo Sublime, o sobrevoo permitiu que o presidente americano observasse os efeitos da maior seca já registrada nos rios amazônicos, muito porquê áreas desmatadas e afetadas por incêndios. “Nós vimos tudo isso, mostrei para o presidente Biden também inúmeros desmatamentos e foi uma surpresa até para mim”, afirmou o observador, destacando que, mesmo em novembro, quando a estação chuvosa normalmente já teria começado, foram avistados dois incêndios florestais recentes.
Compromissos e investimentos dos EUA
Em seguida o sobrevoo, Biden fez um exposição no Museu da Amazônia (Musa), onde anunciou uma série de investimentos dos Estados Unidos para a região. Sublime ressaltou a relevância desses compromissos: “Ele anunciou um monte de financiamentos dos Estados Unidos para a restauração florestal, proteção dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos”.
Entre os anúncios feitos por Biden, destacam-se US$ 11 bilhões por ano a partir de 2024 para financiamento de assuntos climáticos e US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia. O climatologista brasiliano expressou otimismo em relação a esses compromissos, mas enfatizou a premência de sua ininterrupção.
Desafios futuros e a relevância da COP30
Durante a conversa com Biden, Sublime também discutiu os desafios futuros relacionados às mudanças climáticas e a relevância das próximas conferências sobre o clima. “A COP30 vai ser a COP mais importante do mundo, porque nós vamos ter que correr a redução das emissões muito mais do que nós pensávamos lá no Contrato de Paris”, explicou o observador.
Sublime aproveitou a oportunidade para apresentar ao presidente americano um projeto que será lançado em Manaus no final do mês, propondo a geração de um “Instituto de Tecnologia da Amazônia”, uma espécie de MIT para a região amazônica. O climatologista expressou esperança de que os Estados Unidos possam concordar essa iniciativa, que conta com parcerias de instituições americanas e universidades brasileiras.