Bombardeio deixa 22 mortos perto da sede da Cruz Vermelha em Gaza, enquanto Israel intensifica ataques
RABIH DAHER
Pelo menos 22 pessoas morreram e 45 ficaram feridas por um bombardeio que danificou o escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Fita de Gaza, uma instalação rodeada por centenas de desalojados, informou essa organização nesta sexta-feira (21) à noite.
Oriente novo incidente de violência acontece enquanto o Tropa israelense intensifica seus ataques contra o território palestino, onde horas antes morreram pelo menos 30 pessoas, segundo fontes médicas, e troca agressões na fronteira com o Hezbollah libanês, movimento islamista financiado pelo Irã.
Segundo o CICV, o bombardeio “provocou uma concorrência massiva de vítimas ao hospital próximo de campanha da Cruz Vermelha”, que “recebeu 22 mortos e 45 feridos”, escreveu a entidade humanitária na rede social X.
O Ministério da Saúde de Gaza, território governado pelo grupo islamista palestino Hamas, em guerra com Israel, informou 25 mortos e 50 feridos, e acusou os israelenses de ter “atacado as tendas dos civis deslocados em Al-Mawasi”.
Um porta-voz do Tropa israelense disse à AFP que “uma investigação inicial sugere que não há indícios de que o IDF [Exército israelense] tenha realizado um ataque na zona humanitária de Al-Mawasi”. “O incidente está sendo investigado”, acrescentou.
“Disparar tão perigosamente perto de estruturas humanitárias, cuja localização é de conhecimento das partes no conflito e que estão claramente marcadas com o emblema da Cruz Vermelha, coloca em risco a vida dos civis e dos funcionários”, criticou o CICV.
-Intensificação dos ataques –
As forças israelenses intensificaram nesta sexta-feira seus bombardeios no território palestino, de 2,4 milhões de habitantes, disseram testemunhas.
“Foi um dia difícil e muito violento na Cidade de Gaza. Até agora, murado de 30 mártires foram levados ao hospital Al Ahli”, declarou o médico Fadel Naim, diretor do estabelecimento naquela localidade do setentrião da Fita.
Testemunhas relataram também bombardeios no núcleo do território e em Rafah, ao sul.
Mais de um milhão das 1,4 milhão de pessoas que viviam em Rafah, em sua maioria deslocadas pela guerra, fugiram desde 7 de maio, quando começou a operação terrestre israelense na cidade, indicou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo essa dependência sanitária da ONU, em 17 de maio restavam 750 pessoas no núcleo urbano de Rafah e entre 60 milénio e 75 milénio pessoas permaneciam na extensão de Al Mawasi, a respeito de 10 km daquela cidade fronteiriça com o Egito.
Em seguida mais de oito meses de guerra, a situação em Gaza é sátira e a população está à cercadura da rafa, alerta a ONU.
A ajuda humanitária chega a conta-gotas e a “pausa” diária anunciada pelo Tropa israelense nas operações no sul não tem “nenhum impacto” no encaminhamento de provisões, assegurou nesta sexta-feira o doutor Richard Peeperkorn, um responsável da OMS para os territórios palestinos ocupados.
A guerra começou em 7 de outubro, quando militantes islamistas do Hamas mataram 1.194 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um levantamento fundamentado em dados oficiais israelenses. O Tropa israelense estima que 116 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, 41 das quais teriam morrido.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já deixou pelo menos 37.431 mortos em Gaza, também em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
O Tropa israelense anunciou nesta sexta-feira a morte em combate de dois soldados no núcleo de Gaza, elevando a mais de 310 o número de militares mortos desde o início da operação terrestre em 27 de outubro.
Neste mesmo dia, o governo do Espiolhar declarou que continuará seus esforços de mediação entre Israel e Hamas.
– A ‘existência’ de Israel –
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira que Israel está travando “uma guerra por sua existência” e que seu país precisava das armas dos Estados Unidos, seu coligado histórico, com quem as relações têm se tornado tensas devido ao conflito.
“Nenhum outro país faz mais para ajudar Israel a se tutorar contra a prenúncio do Hamas”, respondeu o porta-voz do Recomendação de Segurança Vernáculo dos Estados Unidos, John Kirby.
O secretário de Estado, Antony Blinken, que se reuniu na quinta-feira em Washington com autoridades israelenses, também destacou “a relevância de evitar uma novidade escalada no Líbano”, onde o Hezbollah abriu uma frente em esteio ao seu coligado Hamas em 8 de outubro.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também alertou que o Líbano não deve se tornar “outra Gaza”, destacando o aumento dos confrontos na fronteira israelense-libanesa e as ameaças entre Israel e o Hezbollah.
O superintendente desse movimento islamista, Hasan Nasrallah, advertiu na quarta-feira que “nenhum lugar” em Israel estaria seguro se o governo israelense abrisse uma frente na sua fronteira setentrião.
O superintendente do Tropa israelense, general Herzi Halevi, respondeu que seu país tem “capacidades infinitamente superiores” às do Hezbollah.