Macron viaja à Nova Caledônia, abalada por protestos

Ludovic Marin

O presidente da França, Emmanuel Macron, acena ao embarcar em seu avião presidencial no aeroporto de Orly, subúrbio de Paris, em 21 de maio de 2024

Ludovic MARIN

O presidente da França, Emmanuel Macron, viaja nesta quarta-feira (22) para o território gálico da Novidade Caledônia, em uma tentativa de sossegar uma crise política depois nove dias de distúrbios que deixaram seis mortos e centenas de feridos neste arquipélago no Pacífico.

Macron, que partiu do aeroporto de Paris-Orly na noite de terça, deve chegar à Novidade Caledônia na noite de quarta ou no início de quinta-feira, quase um ano depois sua última viagem a oriente território, em julho de 2023.

O presidente planeja “ouvir, conversar e manter diálogos” com políticos e autoridades do arquipélago na tentativa de restaurar a ordem, disse à AFP em Paris um mentor presidencial sob anonimato.

Segundo ele, o mandatário gálico quer “dar respostas às muitas perguntas legítimas” dos cidadãos deste território “tanto em termos de reconstrução uma vez que de política”.

Uma reforma do recenseamento eleitoral na Novidade Caledônia, que o governo espera ser aprovada pelo Parlamento gálico até ao final de junho, reavivou as tensões entre o povo indígena kanak, sobretudo pró-independência, e os habitantes leais à França.

O país europeu também expressou preocupação com a interferência estrangeira na crise — acusando o Azerbaijão de provocar problemas — e o governo da Novidade Caledônia declarou que impediu um ciberataque “sem precedentes” contra um fornecedor de internet lugar.

Esses distúrbios, os mais graves já registrados na Novidade Caledônia desde os anos 1980, foram provocados pelo projecto do governo gálico de ampliar o recta de voto nas eleições provinciais àqueles que vivem no território há pelo menos 10 anos.

Muitos kanaks, que representam murado de 40% da população, temem que esta reforma dilua sua influência nas instituições do arquipélago, mas os residentes que se opõem à independência querem que ela seja aprovada.

As autoridades francesas enviaram mais de milénio soldados, muito uma vez que reforços policiais de Paris para tentar reprimir a violência, mas os motins continuam, embora tenham perdido intensidade.

Centenas de veículos, lojas e escolas foram incendiados nos distúrbios e quase 300 pessoas foram presas neste território de 270 milénio habitantes, segundo um procurador de Noumea, Yves Dupas.

“Mentiram aos nossos maiores, mentiram aos nossos mais velhos com os diferentes acordos que foram assinados (…) Estamos cansados de não sermos reconhecidos”, declarou Yamel, um patrono da independência do arquipélago.

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