Nova visita de Javier Milei à Espanha gera polêmica em plena crise diplomática

Ludovic Marin

O presidente da Argentina, Javier Milei, chega para participar de uma Cúpula sobre a Silêncio na Ucrânia no luxuoso resort de Burgenstock, perto de Lucerna, na Suíça medial, em 15 de junho de 2024

Ludovic MARIN

Uma novidade visitante nesta sexta-feira à Espanha do presidente prateado, Javier Milei, depois de uma primeira viagem em maio que provocou uma crise diplomática, gerou críticas do governo espanhol, que considerou “lógico” que o líder sul-americano não fosse recebido pelo rei Felipe VI.

“Acho que é lógico, o rei é o gerente de um Estado no qual o presidente Milei desrespeitou o presidente do governo espanhol”, disse a ministra da Resguardo da Espanha, Margarita Robles, ao meato Telecinco nesta quinta-feira (20) sobre o roupa de que Felipe VI não se reunirá com Milei.

De concórdia com o jornal El País, Milei havia solicitado uma audiência com o rei durante sua visitante a Madri na sexta-feira – para receber o prêmio anual do Instituto Juan de Mariana, um think tank neoliberal – sem receber uma resposta, tendo em vista que a política externa é orientada pelo Ministério das Relações Exteriores do governo.

A Mansão Real não quis comentar à AFP.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores destacaram que “Milei demonstrou uma atitude reiterada de buscar o confronto e ofender nossas instituições e nossa democracia, alguma coisa sem precedentes nas relações internacionais e nas práticas diplomáticas entre as nações”.

Para essas fontes, é “surpreendente e anômalo que um presidente estrangeiro não solicite, em nenhuma de suas primeiras visitas à Espanha, uma reunião institucional com seu homólogo, uma vez que fazem todos os presidentes do mundo”.

As fontes disseram esperar que nesta sexta-feira “Milei esteja no nível do povo prateado e respeite as instituições espanholas”, alguma coisa que “ele não fez (…) em sua visitante anterior”, há um mês.

Em maio, em Madri, para participar de uma convenção do partido de extrema direita Vox, Milei se referiu à esposa do presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez uma vez que uma “mulher corrupta”, o que levou a Espanha a retirar seu emissário em Buenos Aires.

O presidente prateado estava fazendo repercussão às críticas da direita espanhola contra a esposa de Sánchez, que está sendo investigada pelos tribunais por suposto tráfico de influência e depravação.

O governo prateado descartou uma resposta ao gesto de retirada do emissário, dizendo que a crise não é “entre países”, mas “entre pessoas”.

– Medalha em Madri –

A novidade visitante de Milei a Madri também provocou polêmica porque sua única outra atividade planejada, além de receber o prêmio, é uma reunião com a presidente regional de Madri, a conservadora Isabel Díaz Ayuso, que lhe dará uma divisa.

Ayuso, uma figura em subida na direita e a face visível da renque linha-dura do Partido Popular, “demonstra profunda deslealdade para com as instituições espanholas”, pois não informou ao Ministério das Relações Exteriores com antecedência “sobre seu encontro com um líder estrangeiro, conforme exigido” por lei, disseram as fontes do Ministério.

“Não creio que a divisa de Isabel Díaz Ayuso a Javier Milei tenha origem em um paixão repentino pelo povo prateado. Acho que ela está fazendo isso por malícia”, disse Patxi López, porta-voz socialista no Congresso.

Ayuso defendeu seu encontro com Milei nesta quinta. “É uma honra receber o presidente legítimo” da Argentina, disse ela no Parlamento regional de Madri.

Milei, que não poupou xingamentos contra Sánchez, chamou-o de “covarde” na terça-feira em uma entrevista a um meato prateado por ter enviado “todos os seus ministros para insultá-lo”, e acusou-o de impor “o protótipo de [Nicolás] Maduro [da Venezuela]” para testilhar a liberdade de sentença na Espanha.

A origem do conflito está nos comentários feitos pelo ministro dos Transportes da Espanha no início de maio, que sugeriu que Milei tomava drogas ao fazer seus discursos, ao que o líder prateado respondeu assegurando que o governo de Sánchez estava trazendo “pobreza e morte” ao seu povo.

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