especialistas apostam em aumento da taxa Selic
Na Super Quarta (18), os mercados aguardam as decisões dos comitês de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos . O Copom (Comitê de Política Monetária) e o Fomc (Comitê de Mercado Desimpedido) reavaliarão as taxas de juros locais, gerando expectativas de ajustes conforme as condições econômicas de cada país.
No Brasil, as expectativas giram em torno de uma elevação da taxa Selic em 25 pontos base (bps), o que aumentaria a taxa para 10,75%. Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, acredita que essa decisão deve ser unânime.
“A informação dos dirigentes do Banco Medial, em pessoal de Gabriel Galípolo, conduziu fortemente o mercado na direção de um aperto monetário”, afirma Goldenstein.
Ele alerta que, caso a Selic seja mantida seguro, o Banco Medial poderia perder credibilidade, o que resultaria em desancoragem das expectativas de inflação e pressão sobre a taxa de câmbio.
Luiz Rogé, economista e sócio da Matriz Capital Asset, compartilha dessa visão, destacando o impacto do quadro fiscal no país.
“Temos uma desancoragem subida ainda, o fiscal comprometido, apesar de esperarmos por um ciclo de baixa dos Fed Funds e potencial queda na cotação do dólar”, diz Rogé, sugerindo que o cenário fiscal justifica uma subida na taxa de juros.
Outrossim, ele recomenda a investidores que priorizem ativos indexados ao CDI e títulos atrelados ao IPCA no médio e longo prazo.
Rodrigo Cohen, exegeta de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, prevê que o Copom adote uma postura mais conservadora: “A expectativa majoritária do mercado é que o Copom vai falar que a subida vai ser gradual e vão seguir os indicadores”.
Cohen reforça que o aumento de 25 bps na Selic será importante para manter as expectativas de inflação ancoradas, evitando volatilidade nos mercados financeiros.
Lucas Almeida, técnico em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, também espera uma elevação de 0,25 pontos base. Ele aponta que, embora o núcleo da inflação tenha mostrado melhorias, ainda há pressões inflacionárias, principalmente devido ao aquecimento do mercado de trabalho e aumento dos salários.
“A inflação permanece supra da meta, apesar de algumas melhorias no núcleo, o que justifica essa subida”, observa Almeida. Para ele, investimentos em renda fixa pós-fixada, porquê os indexados ao CDI, são recomendados no limitado e médio prazo.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o Fed (Federalista Reserve) segue um ciclo de ajuste nos juros, com expectativas de que as taxas possam iniciar a ser reduzidas.
Luiz Rogé projeta que o Fed reduzirá os juros em 25 bps, com a possibilidade de um galanteio maior se a economia mostrar sinais de fraqueza. “Esperamos por um ciclo de queda nos juros dos EUA com taxas caindo para muro de 3 a 3,5% ao ano”, afirma Rogé, acrescentando que o Fed, assim porquê o Copom, ajusta suas decisões com base em dados econômicos.
Cenário inflacionário
Paralelamente, o cenário inflacionário no Brasil apresenta sinais de desaceleração. O Índice Universal de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,18% em setembro, desacelerando em relação aos 0,72% registrados em agosto.
Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, aponta que “o impacto nas matérias-primas brutas e o dispêndio crescente da mão de obra na construção social sugerem uma pressão inflacionária que pode perdurar nos próximos meses”.
Sidney Lima, exegeta da Ouro Preto Investimentos, destaca que a queda nos preços de commodities porquê soja e minério de ferro trouxe refrigério nas pressões inflacionárias, mas o setor da construção social continua sendo uma espaço de atenção devido ao aumento dos custos.
Esse cenário de moderação inflacionária, combinado com as decisões esperadas de política monetária, indica uma verosímil flexibilização futura nas taxas de juros no Brasil, conforme pontuou os especialistas.
No entanto, o aumento dos custos na construção social e o contexto global ainda trazem incertezas para os mercados, o que pode influenciar a postura do Copom nas próximas reuniões.
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