
Brasil precisa investir US$ 1,3 trilhão em energia de baixo carbono para liderar transição global
O Brasil, presidente do G-20 oriente ano e anfitrião da COP30 em 2025, tem uma oportunidade única de liderar a transição global de descarbonização e se tornar um grande player de soluções climáticas. Mas para chegar lá, será necessário um investimento de US$ 1,3 trilhão em fornecimento de energias de inferior carbono até 2050, apontou um estudo realizado pela BloombergNEF e divulgado nesta quarta-feira (18) durante a Plenário Universal da ONU em Novidade York.
Do montante, US$ 500 bilhões devem ser endereçados para energias renováveis uma vez que a solar e eólica e o restante se dividiria em hidrogênio virente, conquista de carbono e tecnologias de armazenamento. Segundo o relatório, há uma janela em potencial para financiamentos de origem privada, mormente para prometer o fornecimento de fontes limpas para a eletrificação nos setores de transporte, edificações e indústrias — o que poderia evitar 53% das emissões até 2050. A BNEF também destaca que a compra de veículos elétricos deverá ser um das principais apostas e obter aportes de US$ 4,3 trilhões.
Luiza Demôro, líder global de transição energética da BloombergNEF, disse à EXAME que neste cenário será preciso aproximadamente US$ 50 bilhões por ano de 2024 a 2050, o que representaria um aumento de murado de 44% em verificação em relação a 2023 — quando o Brasil investiu US$ 34.8 bilhões no setor. “É um incremento significativo e exigirá esforços adicionais dos setores públicos e privados. Porém, é muito menor do que o será necessário ao volta do mundo nas próximas duas décadas e meia”, explicou Demôro.
Outra desenlace é que as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à vigor no país precisam ser reduzidas em 14% até 2030 em relação aos níveis do ano pretérito e em 70% até 2040 para alcançarmos o net zero.
O Brasil já se destaca uma vez que um dos principais destinos globais para investimentos em energias renováveis. Em 2023, bateu o sexto maior valor globalmente e liderou os mercados emergentes fora da China, além de ocupar o terceiro lugar mundial em vigor solar e eólica — com a implantação de 5 gigawatts de projetos eólicos em terreno e 16 gigawatts de capacidade solar.
Entre outros desafios e oportunidades na transição energética global, o Brasil se posiciona com vantagem pelas grandes reservas de metais estratégicos, uma vez que grafite, minério de ferro, terras raras, níquel e manganês. Aliás, a lei do hidrogênio aprovada em agosto deste ano reforça o potencial do país de se tornar o mais competitivo do mundo na produção desta nascente limpa.
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Os biocombustíveis também continuam sendo cruciais para a redução de emissões no limitado prazo, mormente considerando que o Brasil é um dos maiores mercados automotivos. Por último, a BloombergNEF destaca que podemos ser um exemplo global para mitigação climática baseada em soluções baseadas na natureza, com o potencial de gerar créditos de carbono equivalentes a até 30,5 gigatoneladas de CO2 até 2050.