
A estratégia democrata para conquistar uma cidade decisiva: ficar no telefone
Erie, Pensilvânia – A esquina das ruas State e 13th tem uma das vitrines mais decoradas da pacata cidade de Eire, no oeste da Pensilvânia, nos Estados Unidos. No entanto, o lugar ficou vazio por várias semanas e demorou a atrair o público.
Naquela esquina, fica o comitê democrata da cidade. Ali, cartazes de Kamala Harris, Joe Biden e de candidatos locais dividem as paredes e vidros com fotos dos ex-presidentes Barack Obama, Jonh Kennedy e até Franklin Roosevelt. O espaço é separado em duas partes. Na ingresso, há uma recepção onde apoiadores democratas podem se inscrever uma vez que voluntários na campanha e pegar panfletos e placas para colocar no gramado do jardim, um item típico da política americana. Ao fundo, ficam caixas de materiais, uma TV enorme ligada na MSNBC e a mesa de Sam Talarico, gerente do partido na cidade.
“Abrimos as portas em 3 de junho. Nas quatro ou cinco semanas seguintes, pouca coisa acontecia. As pessoas não apareciam muito para pegar materiais de campanha de Joe Biden”, conta Talarico, em conversa com a EXAME.
As coisas mudaram depois que Kamala Harris assumiu a candidatura, no termo de julho. “Adicionamos 80 voluntários nas últimas três semanas. As pessoas estão doando. Mais pessoas passaram a vir pegar materiais, umas 30 a 40 por dia”, prossegue.
“A questão da idade era real. Biden fez um grande trabalho uma vez que presidente, mas ele não pode trespassar e fazer campanha duas ou três vezes por dia. A questão da idade era importante também para as pessoas, mormente os jovens. Eles diziam: ‘vou permanecer em morada, porque esses dois caras velhos estão disputando. Mas agora Trump é o face velho. A saída de Biden energizou os jovens, mormente os que não estavam empolgados antes de Biden trespassar”, diz.
A EXAME visitou o sítio na terça, 13 de agosto, no primórdio da tarde. Em meia hora, cinco pessoas apareceram para retirar materiais, incluindo idosos que se moviam com dificuldade. Funcionários do escritório ajudavam a levar os materiais até o coche dos visitantes.
Uma questão, no entanto, incomodava: não havia placas com o nome da candidata Kamala Harris. O material ainda não havia sido entregue, e a opção era deixar nome e telefone em uma lista, para ser informado quando o item chegar.
Outra saída era levar placas de candidatos a cargos locais, uma vez que Ryan Bizzarro, que disputa o função de deputado estadual, e Jim Wertz, postulante ao Senado estadual da Pensilvânia.
Paul Allen, 65 anos, foi até ali se oferecer uma vez que voluntário. “Posso recolher assinaturas, registrar as pessoas para votar, e atender ao telefone. Mais perto da eleição, vou principiar a vincular e pedir para as pessoas irem votar”, planeja.
Varão preto e motorista de caminhão emérito, ele mora em Eire desde 1993 e diz ver semelhanças entre as campanhas de Kamala e de Barack Obama. “Eu o apoiei em 2008, na campanha dele cá, e a campanha é muito similar. Temos a chance de optar a primeira mulher presidente deste país, e uma mulher negra. E é bom usar meu tempo livre para alguma coisa importante.”
Tanto a equipe fixa da campanha quanto voluntários apostam na estratégia de “phone banking”: telefonar para o supremo de eleitores, inclusive aos fins de semana, para tentar convencê-los a votar.
“É tudo em torno do contato com os eleitores. Para alguns eleitores, temos de vincular quatro ou cinco vezes, porque eles estão indecisos”, diz Talarico.
Há ainda outras organizações na cidade que se dedicam a cadastrar eleitores. Nos Estados Unidos, o voto é opcional, e as pessoas precisam fazer o cadastro de forma voluntária. Ao se cadastrarem, precisam indicar um partido de preferência, embora não precisem votar nele depois.
“Os democratas em Eire têm uma vantagem no número de eleitores registrados, mas isso está encolhendo. A maioria das pessoas jovens hoje se registra uma vez que independente. Os independentes tendem a votar com os democratas. Logo, embora tecnicamente no papel estejamos perdendo eleitores, quando as eleições chegam, temos mais independentes vindo para o nosso lado do que para os republicanos”, diz.
Talarico espera que a resguardo do recta ao monstro siga atraindo votos.
“A questão das escolhas reprodutivas tem sido poderoso para os democratas em 2020, 2022 e 2023. Tem realmente trazido as pessoas para a rua. Esperamos que isso também aconteça agora”, diz. “Outra grande questão tem sido Donald Trump. Temos alguns republicanos que vem cá e dizem ‘o que eu posso fazer para me livrar de Trump?”
As pesquisas eleitorais mostram Kamala adiante na Pensilvânia, com 46,3%, na presença de 44,7% de Trump, segundo o agregador de pesquisas 538.
Porque a Pensilvânia é decisiva
A Pensilvânia é um estado decisivo nesta eleição. Quem vencer ali aumenta muito suas chances de ocupar a Presidência. No padrão americano, o vencedor de cada estado leva todos os votos daquele estado no Escola Eleitoral, mesmo que a diferença seja mínima para o segundo posto.
As pesquisas mostram um cenário de empate técnico entre Kamala e Trump. Assim, as duas campanhas investem poderoso lá. E Erie, uma cidade de 90 milénio habitantes quase na fronteira com Ohio, tem um cenário também incerto, o que atrai mais investimentos de campanha.
Em um efeito dominó, ocupar Erie ajuda a levar a Pensilvânia toda e assim, a Moradia Branca.
Talarico conta que a estratégia do partido é aproveitar o impulso trazido pela candidatura de Kamala para optar mais democratas nas eleições locais, para cargos uma vez que deputado e senador estadual.
A cidade hoje é dominada por democratas na prefeitura e no recomendação do condado, que cuida de outras cidades da região e pode ser comparado a uma câmara de vereadores.
O gerente do partido na cidade assumiu o função há oito meses, depois que Jim Wertz deixou o função para concorrer a senador estadual.
“Eu trabalhei para um candidato a senador estadual em 2020 e fiquei mais envolvido com o partido desde logo, com telefonemas, rodear pelos bairros e buscar eleitores. “Estou ficando velho, e agora tenho um trabalho interno. É muito mais trabalho, mas tem sido ótimo”, comenta.