“Abin Paralela”: Ramagem conta tudo

Redação GPS

Ramagem diz que gravação sobre investigação de Flávio teve autorização de Bolsonaro

Alexandre Ramagem,
 atualmente deputado federalista e ex-diretor universal da ABIN
no governo de  Jair Bolsonaro,
prestou prova no dia de ontem na Policia Federalista do Rio de Janeiro e parece ter disposto mais lenha na fogueira, e isso no melhor sentido do termo.

Ramagem já havia, quando em atividade, gravado conversas suas com o logo presidente Bolsonaro em que se discutiu claramente ações de espionagem contra jornalistas, parlamentares e ministros do  STF.
Também ficaram registradas diversas diretrizes a serem aplicadas ao chamado “Caso das Rachadinhas”,
que envolvia de modo direto os filhos do presidente Jair Bolsonaro, em peculiar  Flávio Bolsonaro.

Inclusive,  Ramagem afirmou que Bolsonaro sabia da gravação
específica da reunião em que tratavam sobre uma espécie de “blindagem” de Flávio Bolsonaro perante – de modo peculiar – Receita e Polícia Federais.

A alegado é, todavia, de difícil credibilidade. Um tema tão sensível não seria gravado sob o conhecimento e mesmo a permissão da maior poder da Republica à ocasião, Jair Bolsonaro, sabedor do risco de se gravar uma reunião desse texto e, mais ainda, com envolvimento direto de seu fruto na questão.

Leste ponto é relevante do ponto jurídico porque se a gravação foi feita de modo ilegal, poderá ser desconsiderada uma vez que prova. No entanto, ressalta-se que Ramagem poderia, de modo lícito, gravar uma conversa da qual fosse participante. São aspectos ou circunstâncias pendentes de explicação mais aprofundado.

De todo modo, fica cada vez mais evidente que a interferência do presidente em obséquio do fruto no caso em foco foi ostensiva, clara e sem rodeios, o que é suficiente para caracterizar o afronta em que se meteu a ABIN, e também os envolvidos, uma vez que o próprio Ramagem e o clã Bolsonaro.

Até mesmo o  “Caso Marielle”,
praticamente já esclarecido quanto aos seus partícipes, e atualmente no STF, foi monitorado pela ABIN Federalista quando Ramagem era seu diretor. Muito verdade que o simples monitoramento, sem qualquer mediação formal num determinado sentido, não significa muita coisa e pode ser visto inclusive uma vez que um tanto lícito para uma agênciaque, enfim, visa mesmo colher informações.

Todavia, existe a possibilidade de que, na verdade, poderia estar ocorrendo a coleta de informações da investigação do caso para municiar os próprios investigados destes dados, possibilitando uma espécie de antecipação de ações ou de medidas por partes destes mesmos investigados.

O caso interessa também por seus efeitos extra-jurídicos ou extra-policiais, interessa por seus efeitos políticos. Estamos em ano eleitoral e o desempenho de direita e esquerda nas  eleições
de outubro próximo é ainda uma incógnita para ambos os lados.

Qualquer elemento capaz de gerar desgaste no campo inimigo é valorizado e esse incidente da  “ABIN Paralela”
 certamente pode, ao menos potencialmente, desgastar Bolsonaro e todo o seu campo de pedestal majoritariamente à direita.

Para quem quiser acessar mais material meu e de outros pesquisadores, deixo cá o  link do Instituto Persuasão,
do qual faço secção.

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