
PM processa Estado por ter de participar de reuniões na Universal
Igreja Universal
O policial militar Marco Aurélio Bellorio, de 43 anos, entrou com um processo na Justiça alegando ter sido forçado a participar de reuniões da corporação em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, o que ele afirma violar sua liberdade de crença e configurar ataque de poder. De combinação com Bellorio, por não comparecer a uma das reuniões, tornou-se fim de um procedimento administrativo.
Ele solicitou que o Estado seja réprobo a remunerar uma indenização por danos morais. Em resposta, o governo paulista argumentou que as reuniões no templo não têm caráter religioso, mas são voltadas para assuntos militares. Segundo a resguardo do Estado, o espaço é utilizado devido à urgência de acomodar um grande número de participantes e ressaltou que o Estado é secular, respeitando a religiosidade de cada policial militar.
Em junho do ano pretérito, uma reportagem do jornalista Chico Alves no UOL revelou que o templo da Universal na rua Brigadeiro Luís Antonio, em São Paulo, recebeu tapume de 700 integrantes do 11º Batalhão da Polícia Militar para uma solenidade de entrega de medalhas, seguida de “assistência místico e valorativa aos policiais”, conforme publicação da igreja no Instagram.
A Justiça de São Paulo inicialmente rejeitou o processo de Bellorio por falta de provas de que ele foi obrigado a participar de cultos religiosos. A sentença destacou que, embora haja uma reza ao final das reuniões de trabalho com a disponibilidade de pastores para assistência místico, a presença dos policiais nesse momento é facultativa.
Bellorio recorreu da decisão e aguarda novo julgamento. O processo, simples em 2020, segue em tramitação sob sigilo de Justiça.
Desde 2023, São Paulo é governado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), coligado de Jair Bolsonaro. Recentemente, durante a Marcha para Jesus, o governador, que é católico, fez um oração citando personagens bíblicos. “Quem são vocês, quem somos nós? Somos os escolhidos”, afirmou Freitas. Estevam Hernandes, organizador do evento, brincou: “Ele já está pregando melhor que muito pastor.”