
Ex-CEO da Americanas tem chance de ser extraditado ao Brasil, diz PF
Miguel Gutierrez é ex-CEO da Lojas Americanas e está suspenso na Espanha
Ex-CEO da Loja Americanas, Miguel Gutierrez
tem a possibilidade de ser extraditado ao Brasil
. Segundo o diretor-geral da Polícia Federalista
, Andrei Rodrigues, a Justiça brasileira vai pedir para o governo da Espanha a extradição – ele foi suspenso em Madri nesta sexta-feira (28)
.
Rodrigues, porém, reforçou que o ex-executivo da varejista tem dupla cidadania e, normalmente, a Espanha não extradita seus presos. “Ele [Gutierrez] tem dupla cidadania e a Espanha não extradita os seus nacionais. Temos que respeitar todos os trâmites da legislação brasileira, obviamente, e da legislação espanhola. Já entramos com pedido de prisão preventiva e extradição para o Brasil”, disse o diretor da PF, em entrevista à GloboNews.
“Agora, o poder judiciário brasílio deve encaminhar a solicitação formal de extradição à Espanha, que fará a estudo jurídica, uma vez que a verificação de sua nacionalidade e a sisudez do delito. Tem algumas situações a serem avaliadas com a soberania do estado espanhol. A partir dessas análises que nós vamos poder entender os caminhos, se é da possibilidade da extradição, ou até mesmo do cumprimento da pena na Espanha”, acrescentou.
Segundo o Ministério Público Federalista (MPF)
, o ex-CEO acompanhava e participava das fraudes contábeis da empresa “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”. Gutierrez ainda teria articulado técnicas para não ser ligado ao esquema, recebendo as planilhas maquiadas por pen drive e evitando utilizar o e-mail
.
A fuga
Gutierrez deixou a empresa em dezembro de 2022. Em 29 de junho de 2023, ele embarcou com a esposa do Aeroporto do Galeão rumo a Paris, na França. O parelha comprou passagens on-line, no cartão de crédito, no site da Air France, e embarcaram no dia seguinte. Eles tinham passagens de volta, mas nunca retornaram.
O retorno estava marcado para 8 de julho de 2023 e foi reagendado para o dia 20 de junho de 2024. Gutierrez tem dupla cidadania, brasileira e espanhola. Ele permaneceu em Madri, capital da Espanha, durante esse tempo. Os bilhetes vencem nesse sábado (29), segundo informações da pilastra do Lauro Jardim, do jornal O Mundo.
Outros envolvidos
A enunciação do diretor-geral da PF foi feita diretamente de Lisboa, em Portugal. Andrei Rodrigues está no território português para pedir ajuda das autoridades locais na procura por Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas, que segue foragida – ela está em terras lusitanas.
Outros investigados são: Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Chirstina Do Promanação, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco.
A corporação investiga crimes de: Manipulação de Mercado, Uso de Informação Privilegiada, Associação Criminosa e Lavagem de Moeda.
O rombo da Americanas deixou a empresa em uma recuperação judicial de R$ 50 bilhões, a maior do Brasil.

Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, foi recluso nesta sexta-feira 28/6 em Madri, na Espanha. Ele é um dos acusados pelo rombo gigantesco na empresa. A prisão foi provável porque, a pedido do Brasil, o nome dele estava na lista vermelha da Interpol, a Polícia Internacional. Reprodução: Flipar

A Polícia Federalista começou na quinta-feira (27/6) a Operação Disclosure, para prender não somente Miguel Gutierrez, mas também Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora. Eles são acusados por uma fraude que causou um rombo de R$ 25 bilhões na empresa. Reprodução: Flipar

Policiais federais também saíram com 15 mandados de procura e mortificação contra ex-executivos do grupo. A Justiça determinou o bloqueio de meio bilhão de reais em bens dos envolvidos. Reprodução: Flipar

Já se sabe que Anna Christina também está no exterior. Com.o nome na Interpol ela está sendo procurada pela polícia de vários países. Reprodução: Flipar

O rombo nas Lojas Americanas causou assombro na estação em que foi divulgado, no primícias de 2023. A empresa teve que mudar seu quadro de executivos em procura de uma solução. Reprodução: Flipar

O projecto de recuperação das Americanas para transpor do atoleiro passou a ser levado pelo economista Leonardo Coelho, uma das referências em gestão de crise. Depois de trabalhar por 13 anos na subsidiária brasileira da Siemens, ele se tornou perito em salvar empresas ao atuar no escritório de reestruturações Alvarez e Marsal. Reprodução: Flipar

Os sócios proprietários das Lojas Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – injetaram do próprio bolso R$ 3,5 bilhões para prometer pagamentos num momento em que as vendas no site caíram mais de 80% e as linhas de crédito foram interrompidas por falta de crédito na regeneração da companhia. Reprodução: Flipar

As Americanas quitaram as dívidas com credores trabalhistas e com pequenos e microempreendedores. Essa primeira lanço de pagamentos totalizou R$ 4 bilhões. “O início da temporada de pagamentos destrava a regeneração financeira, com a retomada de prazo junto aos fornecedores”, afirmou a Americanas numa nota à prensa na estação. Reprodução: Flipar

Em fevereiro de 2024, a Justiça do RJ aceitou proposta de empréstimo à Americanas feita pelo trio de donos – Lemann, Telles e Sicupira – para prometer um capital de giro à empresa. A empresa anunciou, na estação, que 130 das 1.700 lojas no Brasil foram fechadas e 800 vagas extintas — entre demissões ou não reposição de funcionários que pediram para transpor da empresa. A companhia mantém 35 milénio funcionários. Reprodução: Flipar

Na Páscoa de 2024, as Americanas divulgaram que a dívida havia tombado de espantosos R$ 43 bilhões para R$ 1,8 bilhão. Ainda muito subida, mas indicando uma recuperação com a novidade gestão. A empresa festejou um faturamento de 1 bilhão de reais na Páscoa, mostrando que os esforços para manter a clientela têm sido produtivos. Reprodução: Flipar

As investigações começaram logo depois da divulgação do rombo. Segundo a Polícia Federalista a fraude maquiou os resultados financeiros da empresa para indicar um falso aumento de caixa e alavancar as ações das Americanas na Bolsa de Valores. Os executivos ganhavam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros na venda de ações infladas. Reprodução: Flipar

Os responsáveis vão responder por manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de quantia. Em caso de pena, eles podem pegar até 26 anos de calabouço. Reprodução: Flipar

A força-tarefa montada para investigar a fundo o esquema do golpe teve, além da Polícia Federalista, procuradores do Ministério Público Federalista e representantes da Percentagem de Valores Mobiliários. A gestão do Grupo Americanas também contribuiu passando todas as informações disponíveis sobre a situação da empresa. A atual gestão procura o ressarcimento pelos danos e prejuízos. Reprodução: Flipar

O projecto de recuperação das Americanas tem quatro fases: vedar a crise Reprodução: Flipar

A fraude nas Americanas foi denunciada pelo ex-executivo da empresa Sérgio Rial em janeiro de 2023. Na ocasião, ele informou que o rombo seria de R$ 20 bilhões e tinha sido desvelado porque o valor referente à contabilidade dos nove primeiros meses de 2022 e de anos anteriores não havia sido registrado de forma correta na corporação. O rombo foi encontrado no setor de fornecedores da empresa. Reprodução: Flipar

A notícia causou espanto, pois a empresa era uma das maiores do país. Em 2015, as Americanas ocupavam a quarta posição no ranking do IBEVAR – Instituto Brasílio de Executivos de Varejo Reprodução: Flipar

A surpresa foi tão grande que logo surgiram memes indagando uma vez que ninguém percebeu antes um rombo daquele tamanho? Depois, divulgou-se que, na verdade, o rombo era ainda maior. Dívida de mais de R$ 40 bi. Reprodução: Flipar

O impacto foi tão negativo que, na ocasião, a Mundo se apressou para substituir as Americanas pelo Mercado Livre uma vez que patrocinador do Big Brother Brasil. Reprodução: Flipar

No dia 17/5/2023 foi instalada a CPI das Lojas Americanas na Câmara dos Deputados, em Brasília. Mas isso causou mais confusão do que efetividade nas investigações. Em setembro, a percentagem anunciou que concluiu a apuração e que não tinha provas contra eventuais culpados pela fraude. E a polícia prosseguiu com seu trabalho. Reprodução: Flipar

Na estação da divulgação da crise, muitas pessoas ficaram com pavor de fazer compras nas Americanas e não receber os produtos. O receio era, principalmente, com negócios pela internet. Mas o Instituto Brasílio de Resguardo do Consumidor informou que não havia urgência de evitar as compras. E que a empresa estava comprometida a fazer as entregas nos prazos corretos. Reprodução: Flipar

As ações das Americanas despencaram por desculpa da crise. E a empresa entrou com o processo de recuperação judicial, que incluiu, em maio de 2023, o pregão da venda da Hortifruti Oriundo da Terreno. Reprodução: Flipar

A empresa Americanas S.A. (anteriormente Lojas Americanas S.A. e B2W Do dedo S.A.) foi fundada em 1929 em Niterói (RJ) pelo austríaco Max Landesmann e os americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger. Reprodução: Flipar

A empresa cresceu de forma impressionante e, na estação da fraude, tinha mais de 3.800 estabelecimentos físicos de venda em todo o Brasil, além de quatro e-commerce. O padrão tradicional de Lojas Americanas ocupa uma dimensão média de vendas de 1.500 m² e catálogo de 60 milénio itens. Reprodução: Flipar

A empresa também se adaptou ao mercado com lojas de outros tipos. As Americanas Express, por exemplo, passaram a ser compactas, com média de 400 metros quadrados de dimensão de vendas e catálogo de 15 milénio itens. Reprodução: Flipar

A empresa também criou a Americanas Sítio, sistema inaugurado em 2016, num formato de loja de conveniência, com tamanho reduzido e produtos alimentícios selecionados. Reprodução: Flipar

Pela internet, as vendas são feitas no site Americanas.com, e, além de negociar os produtos da própria rede, a companhia também tem parceiros que anunciam as mercadorias por intermédio da companhia. Reprodução: Flipar
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