Cúpula pela paz na Suíça reafirma integridade da Ucrânia, mas pede negociações com a Rússia

GABRIEL MONNET

Cúpula pela silêncio na Ucrânia em 16 de junho de 2024, em Lucerna, Suíça

Gabriel Monnet

Dezenas de países reunidos em uma cúpula de silêncio na Suíça reforçaram seu espeque à independência e soberania territorial da Ucrânia, mas destacaram que Kiev deve negociar o término da guerra com Moscou.

Nem a Rússia nem a China estiveram presentes na reunião, que terminou com uma enunciação aprovada por quase 80 dos 92 países participantes.

Brasil, Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos não apareceram na lista de países que apoiaram a enunciação final, anunciada no telão.

Mais de dois anos depois a invasão russa da Ucrânia, líderes e autoridades de mais de 90 países reuniram-se em um luxuoso multíplice hoteleiro em Burgenstock, Suíça, para tentar pôr término ao maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

“Acreditamos que entender a silêncio requer o envolvimento e o diálogo entre todas as partes”, afirma o documento consultado pela AFP.

A enunciação também reafirmou “os princípios de soberania, independência e integridade territorial de todos os Estados, incluindo a Ucrânia”, apelou à troca de prisioneiros e à volta para lar de crianças deportadas para a Rússia.

“Devemos fazer o nosso trabalho, não vamos pensar na Rússia, vamos fazer o que temos que fazer. Neste momento, a Rússia e seus líderes não estão prontos para uma silêncio justa. É trajo”, declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

O presidente prometeu no sábado apresentar propostas de silêncio à Rússia mal forem validadas pela comunidade internacional.

– “Veras no terreno” –

A cúpula se concentrou neste domingo na segurança nuclear e nutrir e no retorno das crianças ucranianas deportadas pela Rússia.

A reunião ocorreu em um momento quebrável para a Ucrânia no campo de guerra, onde as forças russas são mais numerosas e mais muito equipadas.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que negociará com a Ucrânia desde que retire suas tropas das quatro regiões que Moscou reivindica e ocupa parcialmente, e renuncie à adesão à Otan.

Kiev, Otan e Estados Unidos repudiaram as condições de Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, insistiu neste domingo que não há “ultimato”, mas uma “iniciativa de silêncio que considera a verdade no terreno”.

“A atual dinâmica no front mostra claramente que a situação continua piorando para os ucranianos”, disse.

O Ministério da Resguardo russo reivindicou neste domingo a tomada de Zahirne, na região de Zaporizhzhia, sul da Ucrânia.

As discussões na Suíça basearam-se em pontos consensuais do projecto de silêncio apresentado por Zelensky no final de 2022 e nas resoluções da ONU sobre a invasão russa.

Os participantes foram divididos em três grupos de trabalho neste domingo: segurança nuclear, assuntos humanitários, segurança nutrir e liberdade de navegação no Mar Preto.

– Crianças, segurança nutrir e nuclear –

A seção de assuntos humanitários focou em questões relacionadas aos prisioneiros de guerra, detidos civis, internados e desaparecidos. Abordou também a repatriação de crianças ucranianas, retiradas pela Rússia dos territórios parcialmente ocupados.

As conversas sobre segurança nutrir analisaram a queda da produção agrícola e das exportações, com efeito cascata em todo o mundo, já que a Ucrânia era um dos celeiros do planeta antes da guerra.

Alemanha, Brasil, Coreia do Sul, Espanha, Israel, Quênia, Reino Uno, Tailândia e Turquia fizeram secção dos 30 países deste grupo.

As discussões também abordaram a ruína de terras férteis durante a guerra e os riscos contínuos representados pelas minas e artefatos não detonados. A falta de segurança do tráfico marítimo no Mar Preto também contribuiu para o aumento dos preços.

O terceiro grupo analisou a segurança das usinas nucleares ucranianas, principalmente a de Zaporizhzhia, a maior da Europa, ocupada pelos russos. O objetivo era reduzir os riscos de ocorrência de um acidente.

Nascente grupo foi constituído por Argentina, Austrália, França, Indonésia, Itália, Japão, México, Filipinas, África do Sul e Estados Unidos.

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