Gonet arquiva pedido do Novo de investigação contra Alexandre de Moraes

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou, nesta quinta-feira (15), a notícia-crime apresentada pelo Novo contra o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes por suposta falsidade ideológica e formação de quadrilha.

No pedido de investigação, o Novo associa os crimes à suspeita de que Moraes pediu informalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — órgão que ele presidia até o início de junho — dados usados no sindicância das fake news contra bolsonaristas. A informação foi revelada em reportagem do jornal Folha de São Paulo.

O que argumentava o Novo?

O partido argumentou que qualquer indicação de que relatórios da investigação foram produzidos a pedido de Moraes “contaminaria todas as decisões judiciais por vício insanável de nulidade absoluta”. “Haja vista que o ministro estaria impedido ou, no mínimo, suspeito de respeitar e de deliberar qualquer pedido no bojo dos inquéritos das fake news”.

Qual foi a resposta de Gonet?

Para o procurador-geral, porém, não há evidências de que Moraes infringiu a lei — assim uma vez que contra o juiz facilitar Airton Vieira, assessor próximo do ministro, e o ex-chefe da assessoria de combate à desinformação do TSE Eduardo Tagliaferro.

“Os documentos confeccionados e encaminhados, finalmente, se limitavam a reproduzir e a documentar o texto de teor publicado em redes sociais por perfis que tentavam elanguescer a credibilidade das instituições eleitorais perante a sociedade brasileira”, disse Gonet.

Não se cogita de falsidade do teor retratado nesses documentos. Portanto, não há sequer incerteza sobre a fidelidade aos fatos que cabe se esperar de atos do tipo

Paulo Gonet

Conversas

Diálogos revelados pelo jornal mostram ao menos 20 casos em que o gabinete de Moraes solicita, de maneira extraoficial, a produção de relatórios pelo TSE.

Segmento desses documentos teria sido usada pelo ministro para embasar medidas criminais contra bolsonaristas, uma vez que cancelamento de passaportes, bloqueio de redes sociais e notificação para prova à Polícia Federalista.

O que diz Moraes?

Moraes nega irregularidades nos pedido de informações ao TSE. Na quarta-feira (14), ele afirmou que nenhuma das matérias publicadas preocupa seu gabinete ou ele mesmo. Disse que todos os pedidos feitos por ele foram documentados.

“Seria esquizofrênico eu me auto-oficiar. Até porque, uma vez que presidente do TSE, no treino do poder de polícia, eu tinha o poder pela lei de mandar a feitura dos relatórios”, disse o ministro em sessão no STF.

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