Defesa de policiais diz que delação de empresário morto em aeroporto são “especulações“
A resguardo de dois policiais civis afastados pela Corregedoria por serem citados na delação do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no aeroporto de Guarulhos (SP) na última sexta-feira (8), afirmou em nota que as declarações de Vinícius são “especulações e falácias”.
Em nota, os advogados do solicitador de polícia, Dr. Fábio Baena Martin, e do investigador Eduardo Monteiro, “esclarecem, em razão de matérias recentemente veiculadas, que as mentiras propagadas por criminoso delator já foram objeto de ampla investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Social e, arquivada, a pedido do próprio Ministério Público, o que veio a ser ratificado e confirmado em recurso estimado pela Procuradoria Universal de Justiça”.
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Polícia localizou armas e munições utilizadas em atentado contra empresário ligado ao PCC neste sábado (9) • Reprodução
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Polícia localizou armas e munições utilizadas em atentado contra empresário ligado ao PCC neste sábado (9) • Reprodução
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Polícia localizou armas e munições utilizadas em atentado contra empresário ligado ao PCC neste sábado (9) • Reprodução
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Polícia localizou armas e munições utilizadas em atentado contra empresário ligado ao PCC neste sábado (9) • Reprodução
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Imagens de câmera de segurança mostram o momento do troada. • Reprodução
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Imagens de câmera de segurança mostram o momento do troada. • Reprodução
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Imagens de câmera de segurança mostram o momento do troada • Reprodução
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Imagens de câmera de segurança mostram o momento do troada • Reprodução
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Imagem mostra sítio onde atentado ocorreu, no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos • Reprodução/Google StreetView
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Aeroporto de Guarulhos tem troada; empresário ligado ao PCC foi morto • Reprodução
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Aeroporto de Guarulhos tem troada; empresário ligado ao PCC foi morto • Reprodução
Em outro trecho a resguardo diz que “as especulações e falácias propagadas pelo delator Antônio Vinicius Gritzbach, feitas com o intuito de tentar macular a escorreita investigação que comprovou sua participação no homicídio/organização criminosa, repetidas em novas oitivas não possuem o virtude de modificar a coisa julgada e o entendimento do Ministério Público.
“Morto-vivo”
O empresário Antônio Vinícius Gritzbach, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e que estava jurado de morte afirmou durante as tratativas para homologação com o Ministério Público de uma delação premiada ser um “morto-vivo”, caso o órgão não fornecesse mais “esteio” de segurança para ele, segundo mostra um vídeo obtido pela CNN.
“A única coisa que eu preciso, cada vez mais, é de mais segurança. Eu preciso de um esteio de vocês também (..) senão vocês estão falando com um morto-vivo hoje cá”, afirmou Gritzbach
Vídeo
Gavinha com o PCC
De concórdia com apuração da CNN, Gritzbach passou a ser claro de ameaças depois a morte de dois membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, vulgo “Faceta Preta”, e Antônio Corona Neto, vulgo “Sem Sangue”, em dezembro de 2021. Gritzbach teria sido jurado de morte pelo PCC por conta dos assassinatos.
O empresário — que trabalhava no ramo imobiliário — conheceu “Faceta Preta” em meados de 2018 e começou a realizar investimentos para ele.
Fontes ligadas às investigações revelam que foram feitas transações milionárias com o moeda de origem duvidosa. Com o tempo, porém, “Faceta Preta”, que era responsável pela movimentação de valores milionários, passou a suspeitar de desfalques e iniciou uma escalada de cobranças, exigindo que Gritzbach “prestasse contas dos lucros obtidos”, segundo documentos da investigação.
Conforme as suspeitas se intensificaram, “Faceta Preta” se convenceu de que estava sendo equivocado e teria logo exigido a reembolso integral dos valores. Porquê não tinha porquê restituir, Gritzbach teria encomendado a morte do membro influente da organização criminosa, segundo investigação da Polícia Social.
Investigação e afastamentos
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que testemunhas e envolvidos no incidente já foram ouvidos. Cinco policiais militares que faziam a segurança de Gritzbach foram afastados. Além deles, outros policiais também estão sob investigação em um Sindicância Policial Militar, que corre sob sigilo de Justiça há aproximadamente um mês, também foram afastados.
Paralelamente, a Polícia Social instaurou uma apuração preparatório para investigar denúncias de prevaricação contra quatro policiais civis citados na delação premiada de Gritzbach. Eles também foram afastados das atividades operacionais enquanto as acusações são apuradas.
A Delegacia de Homicídios (DHPP), da Polícia Social de São Paulo, investiga a hipótese de queima de registro, que pode ter partido de qualquer um dos inimigos do empresário, porquê motivação do delito.