Poluição aumenta casos de viroses respiratórias e influenza, diz médico
As queimadas em várias regiões do Brasil representam uma grave prenúncio à saúde. A inalação da fumaça proveniente desses incêndios expõe a população a uma série de substâncias tóxicas, com consequências que vão desde irritações oculares e respiratórias até o desenvolvimento de doenças crônicas.
Em entrevista à CNN neste domingo (15), o médico patologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Sadiva, explicou os impactos da crise ambiental na saúde.
De harmonia com o médico, a poluição compromete a saúde de crianças e idosos, que são considerados a população mais vulnerável quando se trata da qualidade do ar.
O técnico explica que as crianças devem receber atenção próprio dos pais, sobretudo na presença de febre e secreções amareladas, que indicam um provável agravamento de quadros respiratórios.
Já os idosos devem se resguardar, evitando saídas em climas secos e poluídos, e aumento o controle de doenças pré-existentes. Saldiva ressalta a preço do uso de máscaras caso esse grupo seja exposto à poluição.
Na população com idade mais avançada, o agravamento de condições pulmonares com risco de pneumonia é o maior risco.
Atendimento de saúde
O médico alerta para o papel crucial do atendimento primitivo na identificação e prevenção de doenças respiratórias associadas à poluição, uma vez que o aumento de viroses respiratórias e a intensificação da influenza.
“O sistema de saúde precisa levar para o atendimento primitivo a atenção para questão da poluição” diz Saldiva.
Saldiva explica que as queimadas aumentam a incidência por viroses respiratórias e casos de Influenza. Isso porque a fumaça enfraquece o sistema imunológico, enquanto as fuligens facilitam a penetração dos poluentes nas porções inferiores do pulmão.
O patologista alerta que pessoas que possuem indicação para receber a vacina contra a Influenza devem tomar o imunizante o mais rápido que puderem, a termo de evitar o agravamento do quadro em seguida possíveis contaminações.
Exercícios físicos em meio à poluição
Saldiva alerta ainda que a definição sobre a prática de atividades ao ar livre depende, sobretudo, das condições locais sob as quais o quidam estará exposto.
“Quando você pratica exercícios, você coloca mais poluição para dentro, porque você depende da respiração. No entanto, o tirocínio em si tem efeito vantajoso”.
Um estudo desenvolvido pela USP mostra que antes da pandemia da Covid-19, os ganhos com a prática de atividades físicas superava os malefícios produzidos pela exposição aos poluentes. Entretanto, agora a verdade é dissemelhante.
O patologista aconselha que os exercícios sejam feitos em locais fechados, principalmente em horários entre 10h e 16h, quando há maior reação solar.
O médico afirmou ainda que mesmo as atividades físicas executadas por esportistas profissionais deveriam ser repensadas, uma vez que no caso de partidas de futebol.
“Isso seria um alerta mesmo [se tratando de] esportistas profissionais. As partidas de futebol [deveriam ser] deslocadas para mais tarde”, afirma.