PF prepara laudo sobre local do acidente e planeja ouvir donos e funcionários da Voepass

A Polícia Federalista iniciou as investigações para apurar as circunstâncias que levaram à queda do avião turboélice da Voepass, em Vinhedo (SP), e indicar possíveis responsabilidades criminais. O acidente distraído causou a morte de 62 pessoas — quatro tripulantes e 58 passageiros. Um laudo preparatório sobre o sítio do acidente deve permanecer pronto até sexta-feira. O documento trará o resultado da perícia feita em cima de objetos encontrados em meios aos escombros, porquê celulares, notebooks, malas etc.

Na temporada das oitivas, a PF se planeja para colher o testemunho dos donos da companhia aérea, da equipe de manutenção das aeronaves da Voepass e dos operadores das Torres de Comando. Os policiais também já mapearam as testemunhas que viram o avião despencando de uma profundeza de 4 milénio metros, rodopiando no firmamento e se espatifando sobre o quintal de uma vivenda em Vinhedo. Eles também devem ser ouvidos.

A investigação é conduzida pela delegacia da Polícia Federalista em Campinas.

— Não descartamos nenhuma hipótese até agora. O sindicância foi lhano com base no item 261 do Código Penal, que fala sobre o delito de atentado à segurança espaço — disse o dirigente da PF em Campinas, representante Edson Geraldo de Souza.

Os depoimentos devem ser feitos em seguida a PF ter aproximação aos áudios das caixas pretas do avião. O material foi tirado pela equipe do Cenipa (Núcleo de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), vinculado à Força Aérea Brasileira, que conduz uma investigação paralela focada na prevenção e compartilha as informações de interesse criminal com a PF. Segundo o dirigente do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Mulato, os gravadores registraram “com sucesso” os dados de voz e de voo relacionados à aeroplano.

Enquanto analisa os áudios, uma outra equipe de engenharia da Cenipa avalia as peças dos aviões encontradas no lugar do acidente para verificar se todas estavam funcionando na hora da queda. Partes dos motores e da rabo do avião foram recolhidas e encaminhadas ao laboratório do Cenipa, em Brasília. Um relatório preparatório deve trespassar em até 30 dias.

Uma das hipóteses aventadas é a de que o avião perdeu a sustentação devido à formação de gelo nas asas. As aeronaves ATR 72-500 possuem um sistema anti-gelo e os pilotos são treinados em técnicas para fazer o degelo, porquê diminuir a altitude do voo. Os investigadores devem esclarecer por que essas práticas não foram realizadas ou não surtiram efeito.

Peritos e papiloscopitas da PF também estão atuando na identificação das vítimas por meio do inspecção dos cadáveres e de material genético. Esse trabalho vem sendo levado pela equipe do Instituto Médico Lítico (IML) de São Paulo. Em coletiva de prensa, Vladimir dos Reis, diretor do IML, disse que todos morreram de forma instantânea, “no momento em que a aeroplano tocou no soalho”, e que as queimaduras ocorreram em seguida o óbito. A Polícia Social de São Paulo também instaurou um sindicância sobre a tragédia.

Sem prazo para ser concluído, o relatório final do Cenipa deve fundar secção das investigações da PF. O documento irá indicar os “fatores contribuintes” para a queda de avião, que se debruçam sobre três pilares: o fator humano, que envolve até a consulta a médicos e psicológicos sobre as condições em que se encontravam o piloto e os copiloto acidentados; o fator material, que trata de aspectos de figura, projeto e fabricação da aeroplano; e o fator operacional, que avalia a interação entre os pilotos e o avião por meio da experiência deles, fenômenos meteorológicos e manutenção da aeroplano.

Reportagem do Fantástico revelou que o avião da Voepass apresentou problemas no ar-condicionado, irregularidade no sistema hidráulico e contato irregular com a pista meses antes do acidente. Leste último caso chegou a provocar um “dano estrutural” na aeroplano, conforme foi relatado no sistema de manutenção da empresa. Todos esses elementos devem ser levados em conta na investigação do Cenipa e da PF.

Investigações anteriores

O histórico de inquéritos sobre acidentes aéreos no Brasil indica que as investigações costumam demorar pelo menos sete meses. No caso do acidente do Airbus 320 da TAM, que matou 199 pessoas, em 2007, a PF concluiu que a queda ocorreu por um erro dos pilotos, que morreram na tragédia. O relatório saiu em seguida 2 anos e dois meses da ocorrência. Conforme a PF, eles manusearam os manetes (aceleradores) de maneira não recomendada. O avião não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e colidiu com um prédio de cargas da companhia.

Na queda de um Boeing da GOL em seguida uma colisão com um Legacy, em 2006, a PF indiciou os dois pilotos americanos do avião pequeno pelos delito de atentado contra a segurança de transporte distraído na modalidade culposa (quando não há intenção de matar) A desenlace do sindicância ocorreu 7 meses em seguida a tragédia. Eles chegaram a ser condenados pela Justiça brasileira, em 2011, a quatro anos de prisão em regime semiaberto, mas nunca cumpriram a pena porque fugiram para os Estados Unidos.

Enquanto eles sobreviveram à colisão e conseguiram pousar a aeroplano, 157 pessoas que estavam a bordo do voo da GOL morreram na hora. O avião caiu em cima de uma espaço de mata fechada no Mato Grosso.

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