Condenados do 8 de janeiro destroem tornozeleiras e fogem do país

Marcelo Camargo/Filial Brasil – 01.09.2023

Atos golpistas em 8 de janeiro de 2023

Ao menos dez militantes bolsonaristas condenados por participarem dos atos golpistas
, no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília, fugiram do país em seguida quebrarem suas tornozeleiras eletrônicas.

Segundo reportagem da UOL, ao menos 51 pessoas investigadas ou condenadas pela participação nas manifestações que destruíram a sede dos Três Poderes quebraram suas tornozeleiras e fugiram para o exterior.

O levantamento, fundamentado em registros do Supremo Tribunal Federalista (STF) e do Juízo Pátrio de Justiça (CNJ) identificou 10 fugitivos, com idade média de 50 anos.

Sete deles já foram condenados a mais de 10 anos de prisão pelos aos golpistas, seis são mulheres e a maioria é de estados do Sul do país. A reportagem aponta, ainda, que eles escaparam pelas fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, rumo à Argentina e o Uruguai.

Não se sabe se são unicamente 10 fugitivos – os órgãos de governo dos presídios do PR e de SC se recusaram a informar o número exato de pessoas que quebraram as tornozeleiras e fugiram.

Ou por outra, não foram emitidos alertas públicos da Interpol (polícia internacional) em procura dos fugitivos.

Veja a lista dos 10 condenados do 8/1 que fugiram para o exterior:

Ângelo Sotero

Procedente de Blumenal – SC, o músico de 59 anos foi réprobo a 15 anos e meio de prisão por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada. Foi solto meses em seguida ser recluso, com o uso de tornozeleira. Jurisconsulto diz que apoiou a fuga e nega saber o paradeiro de Sotero que, segundo a PF, fugiu para a Argentina.

Gilberto Ackermann

O corretor de imóveis de Balneário Camboriú – SC tem 50 anos e foi réprobo a 16 anos de prisão por ter invadido o Palácio do Planalto, onde teria quebrado objetos. Segundo a advogada, ele fugiu no dia 25 de abril. A investigação da PF indica que ele foi para a Argentina no mesmo grupo que Sotero.

Raquel de Souza Lopes

Raquel foi acusada de ter destruído bens durante a invasão ao Planalto. Ela, que tem 51 anos e é oriundo de Joinville – SC, também fugiu para a Argentina em abril, segundo a PF. 

O empresário de 50 anos é réu em ação penal no STF pelas manifestações em 8 de janeiro do ano pretérito. Ele fugiu para a Argentina e chegou a gravar um vídeo em frente à Mansão Rosada, sede do governo prateado, em que relata que pediu asilo ao governo de Javier Milei, coligado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e aguarda audiência sobre o pedido. O legista diz que ele estava na sede dos Três Poderes mas não destruiu nenhum muito.

Flávia Cordeiro Magalhães Soares

A empresária está foragida desde fevereiro. Investigada por supostos ataques ao sistema eleitoral e ao resultado das eleições de 2022, ela postou um vídeo em dezembro do ano pretérito em que afirma ter cidadania norte-americana, que usa pois ‘o Brasil está uma ditadura muito grande’. O questionário afirma que Flávia “se utiliza de passaporte internacional para ingressar e transpor do país sem se subordinar às autoridades nacionais”

Procedente de São José dos Campos, Alethea tem 49 anos e foi condenada a 17 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. Ela nega ter quebrado bens e diz que só estava dentro do Palácio porque passou mal por desculpa das bombas durante as manifestações. De contrato com a PF, ela estava em regime desobstruído quando fugiu pra o Uruguai e, de lá, foi para a Argentina.

  • Rosana Maciel Gomes

  • A goiana de 50 anos foi condenada a 14 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e dano qualificado. Assim uma vez que Alethea, nega ter quebrado bens e diz que entrou no Palácio para fugir das bombas. Fugiu em janeiro para o Uruguai, quando estava em liberdade condicional, e de lá foi para a Argentina, segundo a PF.

  • Jupira Silvana da Cruz Rodrigues

Jupira tem 58 anos e é oriundo de Betim – MG. Foi condenada a 14 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e devastação de patrimônio tombado. Segundo a PF, ela fugiu para o Uruguai em janeiro.

O pedreiro e vendedor de 37 anos é réu em ação penal no STF, culpado de participar das manifestações golpistas, o que ele nega. Segundo a reportagem, ele fugiu para a Argentina – decisão que tomou por não conseguir oportunidades de serviço.

Ele gravou um vídeo na Argentina dizendo que estava no país vizinho ‘devidamente documentado’, vendendo ‘pulseiras patriotas’ para financiar fugitivos no exterior. “Sou um recluso político e, neste momento, um exilado político”, afirmou ele no vídeo. Na última sexta (10), ele divulgou uma rifa virtual feita pelo primo, no valor de R$ 35 milénio, para sortear um Fiat Uno 2015.

Procedente de Bauru -SP,  Fátima tem 61 anos e foi condenada a 17 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. De contrato com a PF,  a empresária estava em liberdade condicional desobstruído quando fugiu. O seu paradeiro não é espargido.

O que dizem as defesas

A resguardo dos condenados e investigados negam que eles tenham participado dos atos golpistas ou destruído prédios públicos.

A Lei Brasileira não inclui a quebra na tornozeleira ou a fuga para outro país uma vez que fatores para aumentar a punição – entretanto, o  fugitivo volta para o regime semiaberto ou fechado e perde totalmente o recta ao regime desobstruído. Facilitar a fuga, por outro lado, é considerado delito punível com seis meses a dois anos de prisão.

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