Ministério responsável pelo Bolsa Família pede a Haddad para não fazer cortes na pasta

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, pediu a seu colega Fernando Haddad, da Herdade, que poupe sua pasta dos cortes de gastos que serão anunciados nos próximos dias e que vão atingir vários dos ministérios da Esplanada.

Em troca, a proposta do ministro é poupar mais R$ 2 bilhões no próximo ano por meio de um pente-fino que a pasta vem fazendo desde o início do governo.

A zero foi calculada pelos auxiliares de Dias e se soma ao esforço pedido pela equipe econômica para enxugar R$ 25,9 bilhões do orçamento em 2025.

O valor é focado na revisão do Mercê de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família, além de cortes em fraudes no Instituto Pátrio do Seguro Social (INSS).

O libido de Dias foi levado a Haddad na segunda-feira (11) posteriormente o director da equipe econômica ter apresentado a proposta elaborada por seus técnicos.

O Ministério do Desenvolvimento Social aposta na eficiência das próprias medidas de fiscalização.

Fraudes de R$ 34 bilhões

Desde o início de 2023, quando Wellington Dias assumiu o ministério, foram descobertas 3,7 milhões de fraudes, que totalizavam perdas de R$ 34 bilhões para os cofres públicos.

A previsão de gastos do ano pretérito com o Bolsa Família era de R$ 175 bilhões. No entanto, devido ao pente-fino feito pelo ministério, o valor caiu para R$ 168 bilhões.

Em 2024, a previsão é que sejam pagos R$ 166,5 bilhões e, para 2025, R$ 2 bilhões a menos devido ao combate à fraude e ao desenvolvimento do trabalho.

Mudanças no BPC

Uma das propostas da equipe econômica que estaria na mesa seriam alterações no Mercê de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas).

As ideias partem de aumentar a idade mínima para licença, atualmente em 65 anos, e emendar os valores unicamente pela inflação, além de conceder o favor unicamente para deficiências graves. Dias já veio a publico dizendo que não haveria cortes nos benefícios.

Cortes

Haddad ainda não divulgou exatamente quais pastas ou áreas terão cortes. Doze representantes de ministérios já passaram por reuniões para discutir o matéria, mas seis ministérios – Saúde, Ensino, Trabalho, Desenvolvimento Social, Previdência e Resguardo, que possuem os maiores orçamentos da Esplanada – devem ter os maiores cortes.

Apesar da tentativa, a expectativa na Herdade é que o pedido do Ministério do Desenvolvimento Social não seja atendido.

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